MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

domingo, 8 de maio de 2016

Excelente artigo de um não aficionado....

Do Facebook tirámos esta crónica do Sr. Vitor Rainho, que com a devida vénia aqui reproduzimos

Em defesa da tradição

Vítor Rainho

Nunca fui a uma corrida de touros e nem penso ir, apesar de me recordar de em miúdo ficar agarrado à televisão a ver os forcados amadores a pegarem o bicho e o toureio a pé. Acho as duas modalidades verdadeiramente apaixonantes. De um lado, a força do animal, do outro a bravura dos homens. Não se pode dizer que a luta seja desigual. Sou é contra o facto de não se matar o animal no final da corrida, pois o tempo que se perde até ao touro chegar ao matadouro é desnecessário. É um sofrimento estúpido.

Há séculos que os povos latinos lutam com o touro na arena, havendo uma enorme indústria que envolve o espetáculo. Se não existissem as corridas, os touros bravos há muito que teriam desaparecido, pois ninguém os criaria apenas por diversão. Além disso, para muitos são uma arte, à semelhança do boxe, e não devem acabar por decreto.
Choca-me muito mais ver as novas modalidades marciais, em que vale quase tudo, como foi o caso do português que morreu no célebre combate de Artes Marciais Mistas (MMA). Mas como envolvem pessoas, nunca vi um movimento a querer o seu fim. Por este andar, as corridas de cavalos também serão proibidas, pois os animais são levados ao limite. E porque não acabar com as supermaratonas, onde os atletas também vão muito além dos seus limites?
Nas próximas semanas, o assunto chegará à Assembleia da República e alguns partidos vão tentar proibir a transmissão televisiva na RTP das corridas de touros. Também os menores de 18 anos ficarão proibidos de assistir a tal espetáculo se a proposta for aprovada. Mas faz algum sentido o Estado meter-se na vida privada das famílias? Se há miúdos que crescem nesse meio, que nas suas herdades praticam a modalidade, depois não poderão assistir ao espetáculo?
É óbvio que o objetivo dos proponentes é acabar de vez com as touradas, a médio prazo. Começam com a televisão, mas não vão querer ficar por aí. Deixem a história em paz e dediquem-se ao que é importante.