MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Crónica do C. Pequeno...

A noite valeu pela faena de Manzanares ao seu 2º toiro

Para muitos aficionados, os carteis com o registo de "mano a mano" com um cavaleiro e um matador, são quase sempre deficitários da componente "competitividade ".
Se dentro da mesma arte, quer seja o toureio apeado ou o toureio a cavalo,  não são comparáveis as interpretações de cada um por si,porque impossivel se torna comparar duas artes distintas embora com a mesma raíz, como é o caso em questão, e a titulo de exemplo faça-se um paralelismo com comparar canto com dança, pintura com escultura, teatro com cinema etc.

PABLO H. DE MENDOZA

Uma passagem pelo C. Pequeno muito aquém do esperado, e vejamos porquê.
No seu 1º toiro deixou que os bandarilheiros recebem-lhe o toiro ( o que nele não é habitual), para depois executar duas sortes á tira em movimento sem citar, resultando a primeira num ferro á garupa com o cavalo atravessado digno de um principiante.
Nos curtos, embora numa lide desgarrada cumpriu sem brilho. Foi-lhe concedida a volta á arena, mas estou convencido que num outro momento da sua carreira, a mesma tinha sido por ele rejeitada...
No 2º toiro voltou a deixar que os bandarilheiros o recebessem, e executou duas tiras correctas ( a primeira melhor que a segunda) sem arriscar e sem citar...
No 2º tércio com o toiro por trás deu um cheiro daquilo a que habituou o público de Lisboa, mas as sortes foram semppre executadas com o cavalo fora da linha do toiro e com batidas 2 ou 3 trancos antes do sitio e momento onde vive a emoção ( como prova o video que se segue)...




No 3º toiro esteve mais próximo do que lhe é exigido, Recebeu ele o toiro, parou-o e cravou com correcção.
No tércio de bandarilhas foi excelente o seu primeiro ferro ( de longe o melhor desta sua passagem por Lisboa), nos outros continuou no mesmo registo de falta de emoção. De salientar no entanto uma maior ligação na lide, entrosada com ladeares e rotações de garupa na cara do toiro com este por detrás, que chegaram ao público.
 Nota : Sacou o mesmo cavalo de saída em dois toiros e repetiu um cavalo de bandarilhas... 

J. M. MANZANARES

No primeiro toiro esforçou-se a tirar água dum poço seco.,  já no 2º abriu o livro e destapou o frasco da essência da arte.
 Lentidão, profundidade, temple e valor, marcaram este seu desempenho, e este seu desempenho marcou a arena do C. Pequeno para sempre.
Que bonito é o toureio quando assim é interpretado...
O 3º toiro recebeu-o maravilhosamente de capote, com a muleta ensaiou boas tandas, e depois... depois cedeu o toiro ao seu "sobressaliente " o novilheiro CUQUI, atitude essa sujeita a várias interpretações. Cá por mim, fiquei surpreendido mas não achei bem nem mal, até porque não conheço as motivações que levaram a isto, e no fim da corrida constatei que as opiniões se dividiam...

O Grupo de Montemor ajudou bem como é seu tibre. Foram caras João da Camara á quinta tentativa, Francisco Bissaia Barreto á segunda e Francisco Borges  à primeira...