MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Os bandarilheiros de antigamente odiavam as castanhas, quando elas apareciam na Feira do Outubro e largavam normalmente : "Já chegaram essas Putas... 

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Era sinal que tinha chegado o Outono e que a época ( seu ganha pão) estava a terminar, e atenção que não havia fundo de Assistência.
Para muitos, o Outono conduz a uma certa tristeza e melancolia, e isto acontece com mais força tanto mais se caminha na idade.

Qualquer profissional de Saúde Mental conhece a correlação. Há pacientes que descrevem uma agudização da sintomatologia depressiva aquando se chega a esta estação. Não se trata “apenas” de melancolia, mas de uma alteração substancial do estado emocional, corroborada por diversas investigações. Os sintomas incluem tristeza persistente, sensação de vazio, incapacidade de sentir satisfação, fadiga, perturbações do sono e do apetite.


A chegada do Outono corresponde ao período do ano em que a generalidade das pessoas regressa à normalidade profissional, o que implica quase sempre algum desgaste. Por outro lado, os dias são “mais curtos” e os estímulos sociais decrescem, contribuindo para o rebaixamento do humor.


Há no entanto outras razões que não são dispicientes.


No caso dos toureiros e dos aficionados faltam-lhe as corridas que de tanto gostam, no caso das mulheres, perdem a cor de Verão que tanto valoriza a sua beleza e que tanto trabalho e sacrifício gastaram para conseguir aquele bronze...


Antigamente nas aldeias o Outono tinha algum encanto com as matanças que começavam nessa altura, com o aparecimento do vinho novo e a apanha da azeitona e extração do azeite que com um sabor rico servia muitas vezes de conduto...

Não podemos esquecer como reforço da tristeza associada  ás castanhas, os vendedores das mesmas que arrastam atrás de si uma reconhecida aura de pobreza ou remedeio triste, como Ary dos Santos tão bem retratou nestes versos do poema "O homem das castanhas"..

A mágoa que transporta a miséria ambulante,
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.


Resumindo, eu digo como os bandarilheiros antigos : "Já estão a chegar essas putas"...