segunda-feira, 20 de junho de 2016

Sardinha assada em Benavente...



Festa da Sardinha assada em BENAVENTE - 23, 24 e 25 de junho...

 

È indiscutivel que é nesta terra, na vivência da sua Festa, que se sentem as verdadeiras e mais puras tradições tauromáquicas e não só.

A Picaria com o risco dos toiros em pontas serve para calibrar o geito de homens e cavalos para o toureio e maneio do gado, como antigamente.

A entrada dos toiros conduzidos por campinos a cavalo mais os amadores, retrata-nos um passado já distante (quando a ausência de meios de transporte era um facto) sendo que esse movimento atraía o povo, dando assim inicio ás festas, resultando dessas entradas, além de tudo o mais, uma forma tremendamente eficaz de publicidade para os festejos que se seguiam.

Os concursos de jogos de cabrestos trazem-nos á realidade de podermos homenagear aqueles que simbolizam mais do que uma profissão, uma arte, uma filosofia de vida peculiar, resumindo: um estar e um ser únicos no mundo.

As esperas são como sempre foram,  a forma mais galharda, de quem quiser provar valentia e destreza frente a um toiro que pode também dar uns poucos momentos de glória.

A reunião das gentes da terra e forasteiros á volta dos assadores, independentemente de credos, de militâncias politicas ou de classes sociais, reporta-nos ao mais puro convívio popular.
O trabalho desinteressado das comissões que ano a ano se sucedem, é um hino ao filantropismo. 

O cortejo é uma passagem de modelos de animais e gentes.

A missa campal dá á festa solenidade e refastela de fé aqueles que a têm. 

Os bailes populares á noite, são ponto de encontro de jovens que ali se divertem e muitas vezes são sitio justo para o desabrochar do amor, enquanto projecta os menos jovens ás frescuras de tempos passados. 

O vinho a correr a jorros trás a alegria ou o picante duma escaramuça, mas  com defeitos e virtudes não deixa de ser uma reposição do passado.

Os comentários do Zé Barroca lembram-nos esse ícone de Ribatejanismo que foi Celestino Graça, no entusiasmo natural como vive o acontecimento, e na forma como se relaciona com campinos e cavaleiros que tão bem conhece.
 O ambiente vivido no almoço da picaria, é Portugal no seu melhor á volta de uma mesa, onde as histórias fazem História.
A sombra efectiva, mas não tutelar das casa agrícolas, nota-se no colaboracionismo que dedicam ao que é preciso dentro do possível, e na presença dos seus representantes, está a admiração e o respeito.

Plasma sobre todos estes quadros a autarquia que, não procura evidencias nem protagonismo, porém apoia tudo de forma apaixonada, numa entrega á tradição, que encara como vertente cultural de Benavente e dos Benaventenses.
Nesta vila, o passado olha-se com orgulho e respeito.
Nascido nesta terra, Fernando António de Oliveira, consta nos anais da história por ter pago com a própria vida o seu amor á arte de tourear por isso o eternizaram com o nome numa rua.
Também já cá não está O Senhor Fernando Palha (alma mater desta Festa), nem o Pedro Artilheiro (vulgarmente conhecido por Pedro da Foz) grande pilar de tantas “Sardinhas Assadas”, nem o Joaquim Sete Saias maior embaixador do fandango do século passado, como não estão outros igualmente importantes ou mais…, Todavia está a recordação feita saudade, que se sente por eles...   Saudade, essa palavra tão portuguesa…

A Festa da “Sardinha assada” de Benavente, terra natal dos meus filhos, é um MUST….