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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

M. Lamas de Mendonça responde ao Natal de J. Cortesão...

Muito e muito obrigado João, já agora, falando de hipocrisias…

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Só no século IV é que a Igreja descobriu que o menino Jesus tinha nascido a 25 de Dezembro e em Belém.
A Natividade em Belém há muito que tanto historiadores, investigadores e mesmo teólogos, sabem bem que foi decidida para fazer coincidir o nascimento de um Novo Messias com as profecias do Antigo Testamento que O previam como natural de Belém. O censo populacional invocado por dois dos evangelistas para justificar a migração da Sagrada Família é um facto histórico documentado, mas sucedeu décadas depois. A matança dos inocentes ordenada em Belém pelo rei Herodes não é um facto histórico documentado. Mas mesmo que tenha acontecido, como a população estimada para esse período em Belém não ultrapassa as 300 famílias não se tratou quantitativamente do infanticídio que a Tradição nos passou.
O dia 25 de Dezembro coincidia latu sensu com a festa das Saturnálias ou, noutras culturas, com o festival do Solstício de Inverno   e a Igreja, desde inicio, teve o cuidado de “cristianizar” festividades pagãs. Preocupação inteligente e eficaz como a História viria a demostrar.
Como a História tem sido reescrita em todas as épocas preocupam-me menos os pormenores de rigor fatual milimétrico, do que a influência positiva ou negativa que certas “versões” viriam a ter na vida das pessoas Concretas.
Ora o Natal, que irá ultrapassar como os seus participantes, esta crise momentânea da Ganância e do Consumismo travestidos de bons sentimentos folclórico-cristãos, com que o capital iluminado tem caracterizado o espírito de uma festividade  transformada em negócio global, tem sido comparativamente um período bom e positivo  para centenas de gerações.
Viva o Natal e o travo de suavidade e comunhão que, apesar de todos os tudos, tem deixado na memória dos milhões de crianças que fomos.
Como tudo o que é humano trata-se de uma festa que atravessou conjunturas e as respectivas circunstâncias. E continuará a atravessar, contribuindo um pouquinho para que a Humanidade não desapareça ao virar da próxima esquina da História.
Nós Portugueses semos a mais antigamente inviável Nação da História. E a despeito disso, já cá andamos a caminhar para o milénio que os grandes Impérios não duraram. Bem sei que temos complexos alternados de superioridade (Lusíadas) ou de inferioridade (Conferências do Casino) como é próprio de quem é muito pequeno e quase completamente marginal. Mas sobrevivemos sempre. E no último século em paz, mesmo sem abundância.
Quando nos sentarmos, como é tradição, á volta da mesa de famílias (reconstruídas) e bem dispostas a celebrar o melhor dos Natais possíveis no melhor dos Países vivíveis, voltarei, por uma miríade de razões cintilantes, a ouvir os sininhos cintilantes da minha infância.
Obrigado ao Menino Jesus, obrigado ao espírito de Natal, celebrado entre privilegiados num País privilegiado.
Quero que, por uns dias abençoados, se lixem as choradeiras de quem não está bem consigo, nem com os outros.
Feliz Natal, que o Ano Novo é só depois

Manuel Lamas de Mendonça