MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014



Esmola para enterrar a mãe...


Pamplonazo - monta de toiros bravos...



Tudo isto acontece porque existem TOIROS...

Memória - Grp de SAFARA....

A cultura de um povo começa na liberdade...

Lembram-se dos programas de televisão com o Prof. Agostinha da Silva intitulados "conversas vadias" ????

Nesses programas semanais o Filosofo foi entrevistado por Miguel Esteves Cardoso, Herman José, Maria Elisa, Joaquim Letria, Caceres Monteiro, etc. Eu devorei tudo o que esse homem dizia e inteirei-me depois da sua obra pela qual fiquei apaixonado.



O Filosofo Prof. Agostinho da Silva, disse um dia :

Os povos serão cultos na medida em que entre eles crescer o número dos que se negam a aceitar qualquer benefício dos que podem; dos que se mantêm ...sempre vigilantes em defesa dos oprimidos não porque tenham este ou aquele credo político, mas por isso mesmo, porque são oprimidos e neles se quebram as leis da Humanidade e da razão; dos que se levantam, sinceros e corajosos, ante as ordens injustas, não também porque saem de um dos campos em luta, mas por serem injustas; dos que acima de tudo defendem o direito de pensar e de ser digno.

Isto tudo vem a propósito de um facto passado recentemente, em que determinada instituição taurina não contente com determinadas noticias em que era visada, escreveu aos autores das mesmas ameaçando com denuncias ás finanças.
O facto em si é vergonhoso, reflecte um estar desrespeitoso de quem não sabe o que é cultura e não merece a liberdade de que goza, e se o motor desse comportamento for só a inveja, o facto passa de vergonhoso a inqualificável, pelo que, todos os jornalistas e cronistas taurinos devem sentir-se perturbados por este e outros padrões de acções, que tendem a congelar fluxos de informação de interesse público.
A falta de cultura aliada á falta de educação civilizacional, é de facto a alma mater deste de outros problemas 
Quanto á cultura lembro este pensamento : "O mundo seria maravilhoso se o numero de bibliotecas fosse superior ao das agências bancárias"...
Quanto á falta de educação civilizacional, há que lutar para que os oprimidos se libertem quebrando assim as leis da humanidade, levantando-se sinceros e corajosos, ante as ordens injustas - como dizia o Filósofo Professor Agostinho da Silva ...



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014



Milagre ????


Reguengos para Rui Gato e Vasco Durão...





Memória - Grupo de Coruche....

Concurso de Atrelagens - um acidente impressionante...

RUGBY - Grande jogo da Irlanda, contra o País de Gales....

A primeira de Moura Caetano em 2014...




O toureiro de Monforte está anunciado para um festejo de rojões na localidade extremenha de Calamonte (ESPANHA) no dia 15 de Março....



Foto

A ATCT faz...



ATCT OFERECE LUGAR DURANTE O SEU “III CURSO DE AFICIONADOS PRÁTICOS”, A UM ALUNO/A DO CLUBE TAURINO DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALTER DO CHÃO:

Com o intuito de apoiar o toureio apeado em Portugal, fomentar afición, mas premiando, simultaneamente, o excelente trabalho realizado pelo Professor Marco Gomes, e pelo Clube Taurino do Agrupamento de Escolas de Alter do Chão, decidiu a Associação de Tradições e Cultura Tauromáquica disponibilizar um lugar, gratuito, para que um aluno/a do referido Clube possa frequentar o “III Curso de Aficionados Práticos” da nossa Associação, a realizar nos dias 12, 13 e 14 de Abril.

Da mesma forma, assumiu a ATCT, que o “IV Curso de Aficionados Práticos”, ainda este ano, mas em data a revelar, será levado a cabo precisamente em Alter do Chão, numa versão totalmente gratuita, para que todos os alunos das escolas pertencentes ao Agrupamento, que assim o desejem, possam ter o seu primeiro contacto com a Tauromaquia, pela mão de alguns dos nossos mais reconhecidos maestros.

Ao professor Marco Gomes, e ao matador de toiros Sérgio Santos “Parrita”, que desde a primeira hora disponibilizaram toda a sua ajuda, deixamos, desde já, o nosso agradecimento.



A loucura dos espontaneos...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014


Granda Bronca....



Jovens recortadores - Assim se fomenta a Festa...

Cuidado com os cavalos e com os burros...

As praças que já foram entregues es tão em boas mãos...


 Boa escolha para Coruche e Chamusca...


Tanto a Tauroleve, como a empresa de Paulo Pessoa de Carvalhocomo a Aplaudir, como a Soc Campo pequeno, como o Prof Jorge de Carvalho, como a empresa de Paulo Pessoa de Carvalho, são empresas com provas dadas e com garantia de seriedade tal como a Aplaudir, como a Soc Campo pequeno, como o Prof Jorge de Carvalho a quem já foram entregues outras praças.
 As outras praças que ainda não foram adjudicadas, irão também parar ás mãos de gente com curriculum, por isso quanto a empresas estamos conversados.

Não há motivos para preocupações e em boa hora as entidades donas das praças caíram na real, abandonando exageros pedidos, impossiveis de cumprir em altura de crise.

Palavras para quê ????.....

Foto de Tita Fialho.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014



Brinde é brinde...


Morreu Graciano Saga e Fernando Tordo emigrou...




Tenho que me penitenciar pelo quanto fui cruel com Graciano e lamentar que Tordo tenha emigrado...

Graciano Saga, conhecido como o cantor emigrante, fez grande sucesso entre a comunidade portuguesa emigrante com músicas como "Vem devagar Emigrante", "Vamos lá rapaziada","Peregrinos de Fátima" e "Amiga Emigrante".
Várias foram as vezes que achincalhei as letras cantadas por este homem, sem nunca pensar no quanto estava a ser cruel. Súbitamente leio a notícia da sua morte e parei para pensar e concluí que, não tinha dado o devido valor a quem de forma genuína dava a sua arte e fazia felizes os emigrantes.
Graciano Saga não tinha culpa da sua incultura ( tal qual como acontece com Ronaldo), mas era genuíno, cantava com sentimento e tinha uma óptima voz. Os seus poemas eram o sentir do povão ao qual pertencia, povão esse que o admirava. Eu que tive a sorte de ter outra formação académica, na realidade acabo por com certeza não ter o seu valor.
Hoje, pensando bem, acabo por ter vergonha das coisas que escrevi a seu respeito.

Fernando Tordo emigrou...

Começo por dizer que não tenho qualquer tipo de admiração por Fernando Tordo, nem como artista nem como homem como não tinha por José Saramago, mas não haja dúvidas que por detrás de um livro, de um espectáculo de Dança, Teatro, Música, Circo ou Cinema, esconde-se uma realidade preocupante, a realidade com que os profissionais da escrita e das Artes do Espectáculo se confrontam nas suas condições de vida e de trabalho, sendo mesmo considerados por muitos como parasitas da sociedade.

Eunice Munõz disse há pouco tempo que sentia mágoa de ser portuguesa e que, se tivesse sabido o destino que o seu país lhe reservava, teria, em tempos, optado pela nacionalidade espanhola, dada a sua ascendência. Saramago emigrou, e outros artistas emigraram igualmente. Alguma coisa não vai bem...

A cultura de um povo é um tesouro inesgotável; da cultura sai um ensinamento que encanta novos e velhos; as regiões do País entrelaçam-se para transmitir às suas raízes que estão crescendo, a magia onde nasceram.
Alguém dise um dia : "As mãos são modeladas para a arte de pintar ou escrever, a boca torna as frases em rimas, estas em cantigas, formando lendas, enrendilhadas de risos e prazeres" que se perpetuam.

Eu sei que por vezes é dificil separar o homem do artista, só o tempo permite essa separação como aconteceu com Picasso, Freud, Dali, Fernando Pessoa, Bocage, Miguel Torga, Alvaro Cunhal e Luís Vaz de Camões e tantos outros que como homens foram figuras controversas. No caso de Fernando Tordo a controvérsia está associada ás suas simpatias por determinadas correntes politícas.
Será que todas as pessoas de esquerda não são tão Portuguesas como as outras ??? E o que dizer daqueles milhares que logo depois do 25AB alinharam nas teses revolucionárias por incultura ou oportunismo, e logo passado o 25 de novembro apanharam outros comboios ???

Isto tudo dá que pensar, o que me leva a não compreender o avinagramento de muitos comentários que li no "FACE" a propósito de Fernando Tordo, e fiquei triste ao ler coisas que foram dirigidas ao filho, que o único crime que cometeu, foi manifestar a saudade pelo pai e lamentar que este se visse obrigado a emigrar.... 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014



PORRA !!!!



Mestre Batista - P'ra que a terra não esqueça...

Comecei a escrever estas Crónicas "P'ra que a terra não esqueça..." no FARPAS, e esta, assim como todas as que escrever com este título faço questão de as publicar no "farpasblogue".

José Mestre Batista



Sempre que me propus escrever de amigos "P'ra que a terra não esqueça...", veio-me sempre á memória O Tita eo Xinha, mas sempre me faltou o talento e a coragem. Hoje, vou falar de Mestre Batista e um dia falarei do XINHA ( José Manuel de Sousa Esteves).

Do Batista não me vou debruçar sobre o que foi como toureiro, nem do legado que deixou á arte de tourear a cavalo, dessa sua história já todos falaram e bem, e tudo o que escrevesse nada iria adiantar. O que me interessa mesmo, é falar do homem de personalidade multifacetada, das qualidades humanas, do amigo incondicional e do humor que distingue os homens inteligentes que têm bordada a sua personalidade a laivos de loucura, personalidade essa, que impressionou o Miguel Alvarenga a primeira vez que comigo foi a sua casa.

Conheci o TITA desde que vim para o mundo do toiro, e tinha dele uma ideia superficial de um tipo superficial. Quis o destino que em determinado momento da minha vida em que trabalhei num ministério com o Zé Zuquete, este tivesse os cavalos em casa do Batista, sendo que a partir daí passámos a conviver diáriamente sem as luzes ou o sol das praças de toiros.
Foi então que descobri que existia um homem genuíno fora do circo em que a arte o fazia movimentar-se,  substituindo o 'parecer' pelo Ser, sendo em constância ele próprio, sem ter de escapar ás solicitações que  na teia duma praça de toiros, num sorteio de corrida, no hotel onde se vestia, falando com criticos ou aficionados..., sendo que tudo isto formava um ambiente em que a vertente humana da sua personalidade não se podia mostrar.
O homem admirador e conhecedor de DALI, o amigo sincero e incondicional, o tipo que gostava de ler, o dono de grande sensibilidade perante os males dos outros, o colega respeitador, o anti-vedeta, a boa disposição natural prenhe de humor, o excelente cavaleiro conhecedor e praticante da boa equitação, apareceu então nessa época á minha frente.

Das partidas que pregava, e eu fui vitima de várias, não vou falar porque um livro não chegaria, mas vou falar sim da qualidade humana contando a história duma situação a que assisti.

O seu respeito e amizade pelo Mestre Luís Miguel da Veiga, um dos seus maiores rivais, devia ser tida como exemplo para todos.
Muitos desconhecem que o seu maior amigo era o distinto aficionado Senhor José Comprido que residia em  Alcobaça; Este senhor tinha por hábito não aparecer junto do toureiro depois dos êxitos, mas aparecia sempre que as coisas não corriam bem. O Tita ouvia cegamente o que este lhe dizia e se passavam alguns dias sem o ver já a preocupação era grande. O Senhor José Comprido adoeceu de doença incurável, e o Tita, o Zuquete e eu fomos visitá-lo dias antes de nos deixar. Nesse dia vi um Homem (Mestre Batista) emocionado perante a impotência de nada poder fazer, como poucas vezes vi alguém na vida. 

Para terminar, ´quero afirmar que  o seu respeito e amizade pelo Mestre Luís Miguel da Veiga, um dos seus maiores rivais, devia ser tida como exemplo para todos. O BATISTA sabia bem quem eram os seus amigos...
Mestre Batista ficará para sempre na minha memória não só como toureiro genial, mas também como um cidadão crítico, um humanista, um símbolo do inconformismo, um irreverente e um inimigo da hipocrisia.P'ra que a terra não esqueça...

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014



Magia ????


Um tipo valente ...

Guerra Prótoiro / ATCT ? Guerra sim....

A prótoiro e a ATCT....




Por uma questão de ética - unem-me laços de sangue ao vice presidente da ATCT - não adiantei nada daquilo que ouvi ( e não foi em casa) á tentativa de boicote da Prótoiro ao jantar da ATCT.
É evidente que o site "touroeouro" e o "Farpasblogue" que são do melhor que temos ao nivel da informação, não íam falar do caso se não lhes tivesse chegado a notícia. Pelo que me chegou, não foi na reunião, mas sim no jantar que se seguiu que o assunto foi abordado...

Este facto só admira os incautos e distraídos, porque é por de mais evidente a gueerra que a Prótoiro move á ATCT, desde que José do Carmo Reis faz parte desta Associação. O problema reside no ódio visceral que alguns ( é evidente que não são yodos) têm ao Zé Reis, ´sobretudo quando constatam que desde que ele saiu da Prótoiro nunca mais esta teve visibilidade, em contrário, a chegada dele á ATCT alavancou várias iniciativas e a correspondente visibilidade.
Ele é entrevistas, ele é aproveitamento do trabalho feito, ele é comunicados, ele é tudo o que possa mexer com quem lhe fez sombra dentro da Prótoiro e que roubou a visibilidade a quem nunca a teve.

Meus senhores, trabalhem e deixem-se de guerras que só servem para alimentar  caprichos pessoais de uns tantos que se respaldam nas boas intenções da maioria. A Inveja e o consequente ciúme, apequena os os que dela fazem uso e os bem intencionados  com pouca capacidade de realização face á manifesta falta de tempo, acabam por ser levados pelos primeiros dando de barato uma liderança que transvia as verdadeiras intenções, como sucede nos seguintes exemplos : "José Bonifácio e D Pedro I, Milton Friedman e Ronald Reagan, Benjamin Constant e Deodoro, Marx e Lenin".

Termino com a seguinte conclusão a propósito dos exemplos acima citados : Como se pode observar, se as idéias estiverem na direção errada, os invejosos levarão a sociedade ao fracasso; se forem corretas, haverá avanço.

O tempo dirá se tenho ou não razão....    


Nunca deixe o seu automovel numa rua onde passam os toiros...

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014



Dentista ????


Hotel D. Rodrigo - Final do bolsin taurino...

Final do “Bolsin Taurino Mirobrigense”






Ir-se-á realizar no dia 22 de Fevereiro pela parte da tardem no emblemático e aficionado Hotel Conde Rodrigo II em Ciudad Rodrigo, a final do “Bolsin Taurino Mirobrigense”, que leva a que o vencedor seja inserido no Festival do Carnaval do Toiro.

Para esta ocasião especial esta maravilhosa unidade hoteleira, que prima pela qualidade e aficionadíssimo ambiente, existe uma promoção para que todos possam disfrutar. Para saber contacte: info@torosturismo.com

XXX existe visite o Hotel Conde Rodrigo II e disfrute de um ambiente único.

Tourear de moto é mais dificil ???!!!

Rugby - Imagens impressionantes...

Memória - Luís Rouxinol....

Memória - A. Alfacinha ( Grp de Évora)...

Memória - Grp de Coimbra em França....

Domesticar cavalos ....

Cá há doidos ? Doidos há na COLOMBIA....

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014



Grande confusão...


Matança - Tertúlia da ALAGOA...


Falando de touros, comeu-se o porco...





Ah pois é, com a saborosa carne de porco, mais um ano a Tertúlia Tauromáquica de Alagoa levou a efeito um convívio entre a população local e gente dos toiros.

Os cozinheiros de serviço João almeida e Paulo Carvalho, confeccionaram a tradicional sopa de cachola, que agradou bastante às mais de três centenas de pessoas que passaram pela alagoa… mas não só, as febras grelhadas e os tradicionais enchidos fizeram as delícias de todos os presentes, acompanhados do néctar de Baco.

Além de habitantes locais, muita gente do toiro e a forte presença do GFA de Portalegre.

Assim aconteceu mais uma boa iniciativa da Tertúlia Tauromáquica de Alagoa, que leva por diante todos os seus projectos.





Memória - Grp de Montemor...

Memória - Alvarito Bronze...

Fado - Homenagem a Mestre Batista...

Aprenda a montar, para que...

Homenagem - Assim era Mestre Batista...

Para homenagear o insigne cavaleiro procuramos um artigo escrito sobre ele no Almanaque Plateia editado em 1966 para o ano de 1967 ( Director: Baptista Rosa. Editor: António Dias. Proprietários: Aguiar & Dias, Lda).

"Passam hoje 29 anos do falecimento do cavaleiro José Mestre Batista. 'Tita' como era mais conhecido pela família e amigos, nasceu a 30 de Maio de 1940 em São Marcos do Campo (Reguengos de Monsaraz) e aos 13 anos, e montando o Ideal, apresentou-se em Mourão. Em Julho de 1958, com 18 anos, viu ser-lhe reprovada a alternativa de cavaleiro tauromáquico (caso raro na história do toureio a cavalo), 'exame' que repetiu em Setembro do mesmo ano e no qual foi aprovado. Cavaleiro de época, marcou a História da Tauromaquia pela sua irreverência e popularidade. Faleceu no dia 17 de Fevereiro, em Zafra, vitima de ataque de asma. Será sempre uma Figura grande da nossa Festa! " in @[280491505311059:274:NATURALES]

Mestre Baptista


A história de um amigo de burros e vacas pretas

"Este título é um primor!"

É alto, magro, corpo seco. Em cada olhar, porém, o seu poder de perscrutar, de descobrir, de fulminar, é instantâneo. Tem 26 anos plenos de vida - moldados nessa planície alentejana onde nasceu, cresceu e aprendeu a arte que o tornou famoso.

Nasceu a 15 de Junho de 1940 em S. Marcos de Campo, uma aldeia de Reguengos de Monsaraz, situada na margem esquerda da ribeira de Degebe e a pouca distância da margem direita do Guadiana. A sua população é de cerca de 3000 habitantes divididos por cerca de 1000 casas. O serviço de correio não falta, nem a escola primária, nem a sociedade recreativa com os seus bailes domingueiros. Existe ali uma fábrica de tijolos, outra de mobílias alentejanas, lagares de azeite. Nos campos de S. Marcos cultivam-se cereais, e a produção de vinho, cortiça, mel e cera é satisfatória. S. Marcos é por conseguinte, o que o povo chama "uma terra progressiva".

Ali cresceu José Mestre Baptista. Ao tempo S. Marcos não tinha escola primária e, para ir a Reguengos frequentar as aulas, deslocava-se todos os dias de burro, que os 10 Km que separam S. Marcos de reguengos não se podem fazer a pé…

Assim, José Mestre Baptista se habituou desde a mais tenra idade a montar o seu burrinho. Do burro passou aos cavalos, mas não sem fazer alarde das suas tropelias… Uma que deu que falar lá na terra: subir a escadaria do adro da Igreja de Reguengos montado no seu jerico…

Terminada a 4ª classe, os pais matricularam-no num colégio a fim de tirar o curso dos liceus. Logo no 1º ano começou a dar faltas sobre faltas. Sentia nas veias o apelo da vida ao ar livre, das planícies e ia para a brincadeira com os outros rapazes do povo, que não tinham pais ricos para os mandar estudar… Decepcionado com a falta de tendência do rapaz para os livros, o pai de José Mestre Baptista acabou por o meter na vida da lavoura, ao lado dos criados, trabalhando com eles, de sol a sol e aprendendo o quanto custa ganhar a vida com o suor do rosto.

Um dia dirigiu-se ao pai com um pedido na ponta da língua:

- Já tenho 13 anos e gostaria de ter umas vacas pretas, para imitar toiros. Quero lidá-las…

O pai anuiu ao pedido com uma entrega de 8 vacas bravas… A sua carreira ia dar os primeiros passos. Alugou-as, antes de mais nada, para uma corrida em Reguengos, sob a condição de ser ele a tourear a cavalo. O pai assistiu - e no final não cabia de contente pela audácia do filho que não dera para os estudos, mas era já um verdadeiro homem montado no seu cavalo…

Em 1958, com 18 anos apenas, José Mestre Baptista tomava alternativa no Campo Pequeno… mas ficava reprovado. Desgostoso, tentou de novo a sua sorte dois meses depois e conseguiu-a com D. Francisco de Mascarenhas na Moita do Ribatejo.

Presentemente, José Mestre Baptista conta no seu palmarés com centenas e centenas de corridas. Quando actua cobra cerca de 15 a 50 contos, conforme as praças. A sua vida é bastante movimentada. No entanto, tem como residência em Lisboa um apartamento reservado no Hotel Impala, numa zona de pouco barulho da cidade. As admiradoras não o largam. Pedem fotografias directamente para S. Marcos do Campo, para a Televisão, para a casa Valentim de Carvalho (onde gravou a sua estreia como cançonetista - o paso-doble "Cortesias"…) e ainda para o Sindicato dos Toureiros e Hotel Impala.

Boatos sobre as suas aventuras amorosas correm toda a cidade, as vilas… e S. Marcos do Campo. No entanto, José Mestre Baptista continua a ser o rapaz simples e despretensioso que vai a toda a parte sem qualquer intenção de dar nas vistas. Gosta muito de cinema - chegou a fazer contrato para interpretar a figura de José do Telhado em "O Bandoleiro" - e nas noites que passa em Lisboa raramente perde uma estreia ou um filme de relevo nos cartazes. Os prémios acumulam-se. Óscar de Imprensa de 1963 e 1964, recebê-lo-ia também de 1965 se a bela iniciativa da Casa da Imprensa não sofresse este ano interrupção…

O antigo menino que percorria 10 Km à ida e outros 10 à vinda para ir à escola de S. Marcos do Campo até Monsaraz, é ídolo a brilhar que não ficará decerto por aqui…

Em 1966, José Mestre Baptista perdeu o "Falcão", o seu cavalo número um, mas continua com uma equipa difícil de ser ultrapassada, composta por seis cavalos de raça: "Forcado", "Talismã", "Guião", "Passapé", "Zorba" e "Cupido"!

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Discurso de abertura do jantar da ATCT...


"Exmos homenageados e seus representantes;


Minhas Senhoras e meus Senhores;

Aficionados;





Em nome da Associação de Tradições e Cultura Tauromáquica, gostaria de agradecer a presença de todos e deixar claro que significa, para nós, um enorme orgulho recebê-los neste jantar que representa, simultaneamente, a primeira edição, do que esperamos muitas, em que pretenderemos homenagear figuras de especial relevância da Tauromaquia nacional. Em meu nome pessoal, se me é permitido, gostaria ainda de salientar o gosto especial que tenho em recebê-los na minha terra.

Este não é, nem deve ser, considerado um jantar de atribuição de prémios, tão em voga hoje em dia, mas sim, e apenas, a forma que a Direcção e Órgãos Sociais da ATCT encontraram de poder distinguir pessoas e agentes da Festa que, pela sua particular importância, contribuem, ou contribuíram, de forma relevante para a Tauromaquia em Portugal.

Eleger um Sócio Honorário, ou atribuir uma Menção Honrosa significa, para a ATCT, reconhecer publicamente, no presente e para a posteridade, alguém merecedor de distinção entre os seus pares, pelo facto de se ter destacado, de forma especial, no desenvolvimento, defesa e divulgação da actividade, neste caso a Tauromaquia Portuguesa.

Felizmente, muitos eram, e são, merecedores desta distinção, havendo tempo, no futuro, de corrigir alguma injustiça que, involuntariamente, tenhamos cometido. É enriquecedor podermos olhar para a nossa história, de que tantas vezes desconhecemos os pormenores, e constatarmos tantas pessoas especiais que nos enriqueceram enquanto aficionados, e nos responsabilizam enquanto Associação.

Se não o fizéssemos, ou simplesmente não tivéssemos a capacidade de relembrar, arriscaríamos perder tudo aquilo que somos no presente, aquilo que nos caracteriza, e nos permitirá projectar o futuro. Os agora distinguidos foram, e são, pessoas que, nas mais variadas áreas, souberam ter a sua visão futura e partilhá-la, ajudando a construir algo de que todos fazemos parte e nos orgulhamos enquanto aficionados, e pelo qual a Associação de Tradições e Cultura Tauromáquica diariamente luta.

Lamentavelmente encontramo-nos hoje numa encruzilhada especial no que ao futuro da Tauromaquia diz respeito. Se muitos escolhem referir-se ao presente como o advento do crepúsculo da Festa Brava no nosso País, na ATCT preferimos, antes, encarar este presente, e os desafios com que somos confrontados, como uma oportunidade fantástica de mudança.

Taurinamente, vivemos no País do “amigalhaço”, da “pancada nas costas” e do “porreiro pá”, contribuindo para que se vão delapidando os valores que sempre caracterizaram a Festa Brava, e que deveriam, aliás, devem ser, acima de tudo, preservados. Continua a pensar-se, a executar-se, e a servir-se uma Tauromaquia ao público, exactamente como há três ou quatro décadas atrás, o que gerou uma afición oscilando entre uma minoria cada vez mais exigente, e uma larga maioria desinteressada.

Vivemos no País dos debates, dos colóquios, dos fóruns, mesas redondas e “jantaradas” que, se por um lado seriam indispensáveis à partilha de ideias, se deixam mergulhar num lamentável folclore, sem que se vejam, na prática, resultados positivos aplicáveis às necessidades do momento.

Mas vivemos também num País taurino onde o que se faz é muito pouco, e onde a vontade dominante parece ser o boicote a quem quer fazer!

Assim, o movimento associativo que deveria traduzir uma consciência social acerca de um problema particular, permanece numa espécie de “banho-maria” limitando-se a reagir, a espaços, aos ataques de que somos alvo, camuflando a inactividade e justificando as suas existências, sob a capa do fantasma anti-taurino que, por estes dias, parece ter-se transformado na cola que mantém coesas as coisas.

Na ATCT a visão e objectivos são outros, e assumimos. Não pretendemos ser mais uma associação que se deixe acomodar ao “status quo”, ou que se coloque na confortável posição do trabalho de bastidores. Entendemos, aliás, que as associações não podem, nem devem, apresentar-se aos aficionados e agentes taurinos, como simples actos de fé, como algo que não se vê, que não se sabe se existe, mas em que todos devem acreditar.

Tal como escreveu Fernando de Sommer d’Andrade, na sua obra Toureio a Cavalo, “não se pode apreciar aquilo que se desconhece, aquilo cujo fim e meios para o atingir, estão fora das nossas possibilidades de crítica.” Obviamente que o autor se referia a entender o toureio em praça mas, por afinidade, pode estabelecer-se um paralelismo com o referido movimento associativo, entendendo claramente que ninguém se poderá identificar com aquilo que desconhece, e que de nada valerão os lamentos se a abordagem for esta.

Por essa razão, destaca-se a ATCT como a única plataforma de defesa e promoção da Festa Brava que revela publicamente os seus planos de acção anuais, para que todos os sócios, simpatizantes, aficionados e agentes taurinos os possam conhecer e, se for esse o caso, simultaneamente, reconhecer-se no trabalho que nos propomos realizar. Mais, ainda, quando na perseguição desse objectivo primordial de transparência, e mesmo sem que a isso fossemos obrigados, assumimos que, a partir do presente ano, tornaremos também publicas as contas da associação.

Estamos conscientes das dificuldades que se apresentam, tal como sabemos o que fazer para as enfrentar. A logica dita-nos que um sector que se permita enfraquecer, se tornará vulnerável a qualquer ataque, por mais fraco que ele seja. Admitamos, de uma vez, que os grandes desafios da Tauromaquia neste início de seculo, são precisamente os que se encontram dentro do sector.

O alarmismo com que se abordam e difundem as notícias relativas à Tauromaquia, parece arrastar-nos para uma permanente posição de defesa fragilizada, que em nada beneficia a grandeza da Festa Brava. Assustamo-nos ao ler uma notícia de jornal que indica o ano de 2013 como aquele que menos espectadores teve em praça, mas esquecemo-nos, como obrigação, a comparar os números aos do cinema, do teatro, e até do futebol.

Multiplicamo-nos em comentários fatalistas sobre o artigo vigésimo sétimo do decreto-lei ontem publicado, acerca da classificação especial atribuída para maiores de 12 anos e para os espectáculos tauromáquicos, mas esquecemo-nos de ler o diploma completo. E assim vamos tratando os assuntos da Festa, em permanente estado de frenesim que, estamos certos, não ajudará nada, nem ninguém.

É tempo de parar!

É tempo de criar em Portugal um organismo que possa regular o sector com a seriedade que este merece. É tempo de entregar os assuntos da Festa a quem realmente os perceba, mas que seja, simultaneamente, merecedor dessa confiança. No fundo é tempo de criar um organismo que, à semelhança do que se passa no desporto, nas artes, e na cultura em geral, possa estabelecer metas e normas de conduta, mediar conflitos, prevenir e, sempre que necessário, punir comportamentos desviantes.

A ATCT está consciente do papel que pode desempenhar. Não temos pretensões que vão além de colocar o nosso trabalho ao serviço daquilo em que acreditamos. Pretendemos, isso sim, ser uma associação geradora de afición, transparente e pautada por princípios de respeito pelo passado que nos foi legado, e que possa contribuir para a garantia de um Portugal em que, no futuro, aos nossos filhos e netos, possa ser oferecida, em liberdade, a escolha entre assistir, ou não, a uma corrida de toiros."