MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

terça-feira, 31 de março de 2015

VENTURA soma e segue... Mais 4 Orelhas...

Diego Ventura parece que só sabe sair das praças em ombros. Desta vez foi em TORRIAGUERA onde cortou 4 orelhas...

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C. Pequeno - Quer ir á corrida de Borla ???


Petição contra a garraiada - Alguma imprensa deformou o assunto...

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São sempre os mesmos e é sempre a mesma merda...

Certa imprensa deu destaque a uma petição no face contra a centenária garraiada da queima das Fitas de Coimbra. A dita imprensa deu destaque ás 1.400 assinatura, mas não disse que a maioria dos assinantes não eram estudantes, e mesmo que fossem pouco representavam num universo de 30.000 estudantes.

O que é verdadeiramente significativo, é o facto que lhes vou contar seguidamente:
Há quatro anos, o nucleo ecologista da Associação Académica de Coimbra, promoveu um debate em que no fim se votaria o fim da garraiada. O dito debate foi pouco ou quase nada divulgado e marcado para as 3 horas da tarde (tempo em que decorrem aulas...), escondendo assim o acontecimento aos estudantes e á cidade. A marosca foi descoberta por um estudante aficionado cerca das 13 horas, e em duas horas mobilizou-se a aficcion estudantil e á hora marcada para o evento apareceram 48 estudantes aficionados e 7 estudantes ANTIS.
Na mesa estavam 5 destacados representantes de associações animalistas, o Dux Veteranorum e o presidente do nucleo promotor do evento.
Para começar, alguém perguntou á mesa a razão porque não foram convidados para o debate, represantes dos ganaderos do Baixo Mondego, rpresentantes das Tertúlias tauromáquicas locais e dos dois grupos de forcados da cidade. Esta Pergunta ficou sem resposta, como ficaram sem resposta todas as perguntas feitas por estudantes de Sociologia, História, Biologia e Direito.
No fim foi apresentada uma proposta para que em vez de uma garraiada se fizessem duas, atendendo a que a praça sempre esgota a sua lotação de 6.000 lugares, ficando sempre á porta várias centenas de esudantes que não têm bilhete, e muitos mais não se deslocam á Figueira pela mesma razão. Esta proposta foi aprovada por unanimidade, porque os 7 ANTIS fugiram cobardemente, para não encararem a estrondosa derrota.
Este episódio não deixa dúvidas quanto á representatividade dos estudantes ANTIS.

A Garraiada realiza-se há mais de um século, e não serão meia dúzia de complexados a perturbá-la..





100 anos

GFAL - Foi assim no C. Pequeno..






Grupo de Lisboa na abertura da temporada na Catedral...




Nada Mais lógico...


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Três homens com o mesmo ideal...

Depos de uma fase de renovação dogrupo e de ter comemorado 70 anos de existência, o grupo de lisboa pega como já vem sendo tradição a corria da abertura da temporada da Praça da sua terra.

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Os 70 anos foram comemorados com toda a dignidade, terminando a época com uma digressão ao México.

Subjacente á filosofia deste grupo, paira e irá pairar para sempre a figura incontornável de Nuno Salvação Barreto, que faz com que quem vista esta jaqueta, fique agarrado pela amizade e pela história ...

Ganadero Antonio Reis ( Campos de Coimbra), foi colhido...


A Realidade dos campos de Coimbra é diferente de todas as outras...




Já não é a primeira vez que um ganadero desta região é colhido, ainda há cerca de dois anos o mesmo aconteceu com o Sr. Isidro Santos Silva.

Só uma aficcion desmedida, que deve ser respeitada e admirada, leva estes homens a manterem as suas ganadarias.
A falta de espaço que não existe noutras regiões onde se criam toiros, leva a uma pequena transumância das manadas de gado bravo, das pastagens onde passam o verão, para os campos donde foi retirado o milho e o arroz para aproveitamento dos restolhos dessas searas, campos não vedados onde um pastor é imprescindível, bem como o engenho, a valentia e o conhecimento de cada rez e as suas manhas, interagindo o homem e o seu gado numa harmonia rara, que confunde sempre as gentes do mundo do toiro quando por aqui passam.
São seis os ganaderos que ainda resistem ás dificuldades da falta de espaço, numa actividade que económicamente não é compensadora, mas que é fundamental para a vitalidade da aficcion da região, pois que não há aldeia do Baixo Mondego que não inclua nas suas festas actividades de tauromaquia popular, algumas durante vários dias.

Desta vez, tocou ao meu velho amigo António dos Reis ( hoje por hoje o ganadero mais antigo da região...), tocou-lhe ser agarrado passando-lhe por cima parte da manada que voltou para trás ao atravessar uma ponte, eram pouco mais do que 7 horas da manhã. Fui informado do sucedido pelo Sr Isidro, e logo me dirigi ao hospital da Universidade de Coimbra para me inteirar do estado de saúde do meu amigo António, e por lá fiquei várias horas até lhe darem alta ás 5 da tarde.

O meu amigo António está bem, tirando os 30 pontos que levou na cabeça, a clavicula partida e uma mão muito inchada.
Tenho estado diáriamente com ele e o seu estado de espirito é óptimo. Força amigo António..

Loucura sem Limites - Benavente (Espanha)....



Este pastor julgava que a vaca o conhecia...


segunda-feira, 30 de março de 2015

Crónica de Monforte...


Com a praça quase cheia, assistiu-se a uma corrida com bons momentos...


A corrida prometia e não defraudou. Iria assistir-se a um confronto de vários conceitos de toureio, o que é bom para a "FESTA", pena foi que nem todos os toiros colaborassem no espectáculo.

JOAQUIM BASTINHAS

Começou por receber o toiro correndo-o como mandava a tradição Portuguesa, tradição essa pouco vista hoje em dia, antes da moda de dobrar o toiro, importada do rejoneio.
Cedo se percebeu que o toiro era tardo, mas Bastinhas depois dos compridos da ordem (um deles francamente bom) e, tanto porfiou que acabou por cravar três bons curtos, montado no "Amoroso" sendo um deles extraordinário ( grande cavalo, este Amoroso...), arriscando e muito. Sacou ainda o cavalo com que normalmente bandarilha duas mãos, com o qual cravou um ferro a provar e concluiu e bem que na presença de um toiro reservado não se pode bandarilhar sem correr o risco de prolongar demasiado a lide, ou mesmo não conseguir o seu intento.

ANA BATISTA

Tocou-lhe o pior toiro da corrida. Era andarilho e atravessava-se no momento do ferro. 
Perante este cenário, a cavaleira de Salvaterra cravou a ferragem da ordem com toda a dignidade.

João MOURA CAETANO

Recebeu o toiro no "Aramis" com o qual cravou dois ferros de praça a praça numa emocionante sorte que só ele executa. Depois foi buscar o "Temperamento" e logo na saída que deu ao toiro para provar a investida deste, empolgou a assistência. A série de curtos, que foi a melhor da corrida, teve a chancela do conjunto formado por este cavaleiro e cavalo, em que a emoção se funde com o temple, dando muitas vezes a ideia de que tudo se passa ao ralanti. 
Para terminar, sacou ainda o "Xispa" com o qual cravou um ferro ao nivel dos anteiores, depois de uma brega justa e a preceito.
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JOÃO MOURA JR

Outra das boas actuações da tarde. De sáda sacou um cavalo novo (muito Arabizado ), com o qual cravou bons ferros, sendo de realçar a forma como se utilizou deste cavalo, dando-lhe a mão de forma fina, disfarçando assim e bem, as dificuldades inerentes a estes cavalos muito cruzados em Árabe.
Depois nos curtos, brilhou em excelentes ferros com batida, mas principalmente nos ladeares prolongados, que são tão só a marca da escola onde bebeu. 
Vê-se que está moralizado e preparado para enfrentar os desafios que vai enfrentar brevemente...

MARCO BASTINHAS

Recebe o toiro com o "Capa Negra" que este ano se apresenta em grande forma, dobrando-se com alegria cravando dois compridos, sendo um deles extraordinário. 
Nos curtos sacou o "Sol" (ferro Anão) e cravou ferros de emoção, arriscando ao máximo. 
Quando o toiro se começou a tornar cada vez mais reservado, então sacou o "Bom Bom" cravando dois ferros á distancia possivel que foi em muito curto com a dificuldade inerente a estes terrenos. Nesta troca de cavalo, ficou patente o seu entendimento do astado que tinha por diante.
Marco Bastinhas está moralizado, e mostra uma madurez de toureio que o vai projectar cada vez mais...

MIGUEL MOURA

O mais novo dos Mouras foi uma agradável surpresa. Ao invulgar desembaraço que sempre tem mostrado, juntou neste dia o pensamento e a calma. Dos compridos destaco o segundo. Dos curtos direi que todos foram bons e a sequência lógica da brega costumeira da casa.
Sacou por fim o "Pinguim" com o qual se adornou cravando palmitos e dobrando-se em curto com a cara do cavalo virada para o toiro.

 FORCADOS - Os Grupos de Alter, Monforte e Coimbra, cumpriram, com destaque para os de Alter que pegaram os dois toiros á 1ª.

Moura Caetano - Sai em ombros em Calzadilla de los Barrios...

Duas corridas em Espanha = Duas Saidas em ombros...



Ontem, na inauguração da praça de toiros de Calzadilla de los Barrios, João Moura Caetano obteve mais um triunfo, cortando uma orellha em cada toiro. 
No primeiro que lidou, sacou de saída o "Zidane", de bandarilhas o "Belmonte" e depois sacou ainda o "Zeus" com o qual deu ao toiro a alegria que este não tinha, vindo a entrar a matar com o "Sete".
No seu 2º toiro, recebeu com o "Aramis" dando todas as vantagens ao toiro como faz sempre com este cavalo, preenchendo de seguida o tércio de bandarilhas com grande emoção montando o "Xispa". Matou ao 2º rojão com o "Sete", tendo-lhe sido concedida só uma orelha pese embora a forte petição da segunda... 

HOJE À TARDE - CRÓNICA DE MONFORTE...

quinta-feira, 26 de março de 2015

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Porquê Ventura no Campo Pequeno ???

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Ventura tinha que vir ao Campo Pequeno...


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Os êxitos deste cavaleiro em Espanha, fazem dele nas ùltimas temporadas, o triunfador absoluto, com mais corridas toureada e mais orelhas e rabos, como troféus conquistados.

O seu toureio é recheado de improviso, emoção e soberbo arranjo das montadas. Todos os anos apresenta cavalos novos de categoria, o que é um enorme motivo de interesse para os aficionados ao toureio a cavalo. A sua entrega é total.

Com tudo isto, Ventura tinha que vir ao Campo Pequeno, era imprescindivel...



Estectáculo !!! Toiros conduzidos na praia por cavaleiros...


Toiros - 2 minutos de loucura em frança..



A força dos toiros...


quarta-feira, 25 de março de 2015

ALTER - Esposição Joaquim Bastinhas...

ALTER - Cavalos e toiros...

"Olé!" Desta semana...

Moura Caetano - Depois de Monforte, carretera e manta...

P'ra que a terra não esqueça - António Ventura...

António Ventura, um Português que reflecte o saber profundo do cavalo de toureio

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Conheci António Ventura ainda em amador e assisti á sua prova de praticante em Setubal. Passado algum tempo, um amigo comum já falecido de seu nome José Pedrosa (ganadero), convidou-me a ir vê-lo montar á "Barroca d'Alva" para equacionar poder vir a apoderá-lo. Fiquei logo aí entusiasmado com a ideia, por ver o desembaraço do cavaleiro, e mais que isso com a vontade férrea que dava força a um querer sem limites. 
 Para reforçar a quadra insuficiente, pedi ao meu amigo Angel Peralta que deixasse ao cuidado do então jovem cavaleiro, alguns cavalos novos, pouco postos, que ele se encarregaria de os pôr a tourear, e assim aconteceu.
Nesse ano toureou cerca de 30 corridas sendo 3 em Espanha, a última das quais em Palma de Maiorca. No nosso País, toureou muito no Algarve, no tempo do toiro corrido, comendo o pão que o diabo amassou, terminando a época em Salvaterra onde tomou a alternativa que não foi homologada por se tratar de uma praça de 2ª, vindo a validar a alternativa no Campo Pequeno dois anos mais tarde.
Não resisto a contar um facto passado enquanto esteve em Portugal, que revela a sua valentia e querer. Um dia disse-lhe que o Gustavo Zenkl tinha um cavalo de ferro Barahona de nome "MATAVACAS" e que o vendia barato porque o dito cavalo, quando a tourear, se atirava a morder nas vacas até as matar. Fomos a Alpompé e o António comprou o cavalo barato, como era suposto. Experimentou-o em casa, e só o desembaraço do toureiro evitou que o cavalo matasse outra vaca. Acabou esse treino, e Ant. Ventura disse-me : " Vou sacar este cavalo no sabado em Albufeira com um toiro". A decisão era temerária, mas a acção foi consumada, e o resultado foi indiscritivel. Embrulhou-se tudo e só não foi trágico por acaso. O melhor estava para vir, e veio quando o cavaleiro decidiu parar o 2º toiro no dito cavalo, garantindo-me que este jamais morderia um toiro, e foi exactamente verdade. Imagine-se o valor que é preciso para tomar esta decisão...

No ano seguinte, a casa Peralta, dado o bom trabalho desenvolvido com os cavalos que cá estiveram durante a época, convidou-o a ir trabalhar a par com os famosos irmãos rejoneadores, vindo então a fixar-se em Puebla de el Rio tinha o seu filho Diego 3 ou 4 anos, passando a ser apoderado por Manolo Morilla. Toureou por toda a Espanha e teve triunfos gordos montando o "Fuego" (ferro Cunha e Carmo) e o "CANCUN" ( ferro Peralta) dos quais fez craques, passando por praças importantes, como Las Ventas onde cortou orelhas, Barcelona, Ronda, Granada onde teve o maior êxito da sua vida ( eu vi ...), e pela maioria das praças mais importantes de Espanha.




Passados poucos anos surge o Diego e na segunda vez que este se apresenta em público em Moron de la Frntera, dele disse-me "António Ignácio Vargas": "El niño de Ventura vai ser um fenomeno...".
Daí em diante, António práticamente investiu todo o seu saber do cavalo, do toiro e da equitação na carreira do Diego. 
As quadras fantásticas do Diego, que todos os anos são renovadas, bem como os exemplares oriundos de sua casa que toureiam com outros rejoneadores, reflectem o dom do António em descobrir cavalos de toureio e o dom de lhes buscar o sitio e os pôr a tourear. 
Os alunos que passam por aquela casa, provam o bom toureio que lhes é ensinado e uma equitação eficaz, em que a submissão é total sem tirar iniciativa ás montadas.   

Hoje é indiscutivelmente, um dos homens que mais sabe do toureio a cavalo e do cavalo como individuo, pautando a sua vida e os seus negócios pela honradez, que distingue os homens de bem...

É preciso enorme nobreza, generosidade sem limites e uma humildade sem paralelo para abdicar de uma carreira, em favor de alguèm, nem que esse alguém seja um próprio filho.

Num exemplo de Portuguesismo raro, investiu no seu País e na sua terra, naquilo que o apaixona a criação de gado bravo, enquanto que outros fogem a sete pés para pôr os bens a salvo no estrangeiro.

Por tudo isto e mais alguma coisa que me tenha passado, fica este registo de António Ventura, "P'RA QUE A TERRA NÂO ESQUEÇA"...