Sr. Pres. da Camara de Viana do Castelo:
Não o conheço pessoalmente, nem o quero conhecer, nem me importa porque partido ou coligação foi eleito, um tipo tão mal encarado.
Há no entanto uma razão forte para lhe escrever esta carta que publicarei no blogue "sortesdegaiola", onde há um total RESPEITO pela liberdade de imprensa.
Sr. Pres., é precisamente esta palavra RESPEITO que acintosamente escrevo com letra grande, a que junto as palavras HISTÓRIA e TRADIÇÃO, que me levam a escrever-lhe.
Quem exerce um cargo público tem que respeitar as minorias, a história e as tradições, e não pode ser influenciado a decidir, por gostos ou preconceitos pessoais, já que no momento em que foi eleito passou a ser presidente de todos os munícipes do concelho -, e muito menos pode atentar contra a história e a tradição da região e do País, tentando obstruir a lei, no sentido de não permitir corridas em Viana do Castelo.
Manter inactiva a praça de touros da sua terra, comprada com dinheiros públicos, baseando-se no facto desta só dar uma corrida de toiros ano, cai pela base se lhe lembrar que há capelas no concelho que abrem uma vez por ano e não é por isso que as manda destruir para ali nascer uma lixeira, uma oficina da câmara, um campo para a prática do futebol, um ATL, ou mesmo um Centro de Ciencia Viva (como é o motivo aparente da pretensão do inefável Defensor Moura seu antecessor, mais conhecido pelo 0.3 por cento, percentagem que obteve nas Prsidenciais).
Eu, sei porque tenho ido a Viana, que as suas preocupações com a arquitectura tradicional são poucas como sucede com relativa vulgaridade por esse país fora.
Eu sei que o apoio dado á Romaria da SRª da Agonia dá votos, muitos votos e por isso apoia tal romaria. Assim houvesse tamanha adesão popular á “Festa” e eu queria ver se o sr. tinha tomates para pensar sequer em destruir a praça.
Eu sei que a influência dum grupelho pateta mas activista pode tocar-lhe, quanto mais não seja porque fazem passar a ideia de uma força que não têm, mas sei também que nada mas mesmo nada, se pode suplantar á história.
O senhor sabe há quantos anos existem corridas de toiros em Viana?
O senhor sabe que o toureio é uma arte?
O senhor sabe que a praça de toiros da sua terra na corrida anual ou enchia ou esgotava com milhares de pessoas?
O senhor já mandou avaliar o preuizo económico daqueles que duma maneira ou doutra recebem proventos deste espectáculo (porteiros, moços de curro, camionistas, campinos etc.)?
Não sabe com certeza nada disto, nem conhece a história do toureio, a única coisa que sabe é que não gosta, e nós sabemos que o sr. é um criminoso ao cometer o crime de lesa história, ao manter a praça abandonada.
Ponha os olhos naqueles ( que no espectro politica vão da esquerda á direita) que não gostam do espectáculo mas o respeitam.
Seja Português, seja democrata (eu sei o que é democracia há mais de 50 anos, não sou cristão novo...), respeite as minorias (neste caso, mesmo ao nível do concelho, esta sua prepotência vai contra a maioria segundo sondagens).
Os Pres. de câmara são eleitos para construir e não para destruir património.
O sr. deve achar que com esta atitude, a confirmar-se, irá ganhar protagonismo bom. Engana-se meu caro sr. porque muitos mas mesmo muitos nunca lhe perdoarão, e ficará na história como um dos dois gajos que destrui a praça de Viana.
Que tristeza verificar, quando hoje mais que nunca as corridas de toiros têm maior representatividade no norte, que haja um tipo como o sr. que tenta destruir um bastião da tauromaquia no norte do país, quando em algumas terras se estão a construir novos tauródromos ou a melhorar os existentes.
Sendo a praça da Camara porque não a transforma num pavilhão multiusos como se fez em Lisboa, Évora, Elvas, Redondo, várias cidades de Espanha e França, e mais ainda todas as cidades e vilas onde a mesma solução está a ser equacionada. Esse é o caminho certo, a outra solução ou é de mero oportunismo, ou é caprichosa, sendo que em qualquer dos casos é irresponsável e lesiva da história, da tradição e da arte.
Diz a canção que eternizou essa terra mais ou menos isto:
Hei-de voltar a Viana como manda a Fantasia,
Hei-de voltar a Viana oh meu amor algum dia.
Acrescento eu :
Hei-de voltar a Viana sem este presidente um dia
Quando for substituído e o mandarem p’rá da tia.