Prémios
Está a começar a época dos prémios,
os prémios fazem bem á saude, incham o ego de qualquer e quase nos fazem sentir
prenhos de auto-estima.
A
propósito de prémios vou contar histórias, por si
elucidativas, que ajudam a dar a este tema
uma visão diferente.
Houve
em tempos um aspirante a toureiro, que não conheci mas que me foi
pormenorizadamente descrito pelos aficcionados Nuno Salvação Barreto e “Xico
Carreira”, que passou um ano a pagar jantares de homenagem a ele próprio -
organizados por amigos da corda -, onde lhe eram entregues prémios de que o
próprio era mentor.
Um
dia há falta de nome ou entidade para titular mais um prémio o “Nuno e o Xico”
organizaram mais um jantar para a entrega do prémio “Putas do Bairro Alto” para
o toureiro mais janota, que foi entregue com pompa e circunstância, pela mais
conhecida ”meretriz “ do dito bairro,
naquela época.
È
evidente que não divulgarei o nome do toureiro em questão, por respeito aos
seus descendentes, tanto mais que esse dito senhor, foi um bom gerente da sua
empresa, bom chefe de família, tendo só o “pecadillo” de querer ser toureiro.
Há
também a história mais recente, que muita gente conhece, de uma entrega de
prémios “Rio Grande “ em Sevilha, em que determinado toureiro, depois de ter
sido triunfador claro e absoluto da feira, apercebendo-se que o dito prémio ia
para outro, deixou que uns amigos escondessem o dito.
Imaginem
quando chegou a entrega do prémio e o mesmo não estava lá.
Não
passo sem descrever a minha própria experiência, quando há uns anos ganhei o extinto
prémio “Farpas” para o melhor crítico e que funcionava em moldes mais ou menos
democráticos, sendo por isso atribuído em função do número de cupões do jornal chegados
á redacção.
Todas
as semanas eram contabilizados e divulgados os resultados no jornal.
Pois
bem meus amigos:
Ás
minhas amigas beatas, acompanhei-as ao terço mo mês de Maio e dei a cada uma um
postal com a fotografia de S. Santidade o Papa.
Aos
meus amigos políticos prometi que votaria neles em próximas eleições.
Aos
meus amigos do Benfica (Carlos Amorim
incluído) disse que estava farto de ser do Sporting e que se um dia mudasse de
clube seria p’ró Benfica.
Ao
pessoal do loby GAY, prometi-lhes que passaria a defender sempre o direito há
diferença, argumentando com peso e objectividade, que cada um leva onde quer.
Prometi-lhes ainda que apoiaria o casamento entre pessoas do mesmo sexo por ser
naturalissimo que dois gaijos ou duas tipas se casem…
Fiz
isto tudo e muito mais para ganhar um prémio, mas ganhei democraticamente
(qualquer semelhança desta minha vivência com a prática da democracia
partidária é pura coincidência).
Teria
mesmo ganho com maior vantagem não fosse a forretice e a honestidade do
Alvarenga, que ao pedir-lhe para me dar as sobras do jornal, que com os meus
filhos preencheria ao serão, me respondeu : Oh João vai á bardamerda !!! Eu,
Miguel Alvarenga não me presto a esses jogos.
Já
agora e para terminar, recordo que no último dos festivais da amizade
organizados por mim e pelos Carlos de Almeirim, Maurício, Zuquete, Chinha,
Manel e João Rabaça, Gustavo, Tomix etc., foram instituídos tantos prémios
quantos os cavaleiros. Prémio melhor comprido, melhor curto, melhor recorte,
melhor par tentado a duas mãos, melhor palmito, melhor ferro de frente ou
quase, e melhor ferro á cagadinha, que foram atribuídos aos cavaleiros: Zé
Manel Pires da Costa, Humberto pardal, Platanito, Zé Luís Gomes, M. João
Mauricío, Ricardo Chibanga e João Cortesão.
Todos
ficámos contentes e inchados!!!
Estes
prémios foram atribuídos pela SR. D. Maria Manuel Cid e pelos sr.s Eng. João
Azevedo (marquês de Angeja), António da Póvoa, Manuel Vaz Tecedeiro, Joaquim
Laudácias, Joaquim Nunes e Joaquim Oliveira (infelizmente quase todos já
desaparecidos).
Não
podia haver um grupo de gente mais séria e mais entendida, como acontece na maioria dos que fazem parte dos júris
de hoje.
Cá
por mim entristece-me ter ganho o tal prémio “FARPAS”. Já não posso dizer como
Woddy Allen: “Orgulho-me de nunca ter ganho um
prémio”!!!.