Abaixo de cão..
Com a devida vénia trancrevemos esta crónica do Dr. Eliseo Sumavielle publicada no jornal i há cerca de um ano ..
Abaixo de cão
É
deveras estranha, e por demais inquietante, esta recente sociopatia
ideológica, dita “animalista”, socialmente transversal, e que emergiu
nos últimos anos com acintosa relevância no mundo da comunicação e das
redes sociais. No “facebook” são aos milhares as fotografias de gatinhos
que, sem pudor, substituem a cara dos autores no seu perfil. Dizem-se e
escrevem-se os maiores disparates à sombra de lugares-comuns de uma
total vacuidade conceptual, reveladora de uma profunda iliteracia,
sobretudo por parte de quem nunca sequer um dia se deu ao trabalho de
estudar e entender a vida e as ideias de S. Francisco de Assis, o
conhecido patrono dos animais. A sua revolta era outra, e ele próprio
coraria de vergonha se lesse agora o que por aí se lê.
Não
sou adepto, não cultivo teorias da conspiração, e não creio que haja
algo secreto neste fenómeno, como uma central conspirativa organizada.
Tendo a crer que tudo isto, muito provavelmente, seja apenas o reflexo
de uma afirmação global e comunicacional da dominante primária, puritana
e calvinista, da sociedade norte-americana. A questão do tabagismo até é
semelhante, tem os mesmos contornos totalitários, e só não tem um
partido político. Mas a hipocrisia da (des)humanidade está lá toda.
Aposto que quase ninguém se lembrará do nome da criança que um dia
morreu, mordida em casa por um famoso cão pitbull que viria depois a ser
crismado de “Mandela” por essa gente. O menino chamava-se Dinis,
recorde-se. Porque este género humano em turba não augura nada de bom