O Mundillo mudou e muito nas duas últimas décadas, mas para mim ficam para sempre certas
imagens, debruadas com a lotaria do instante, e com a Sensibilidade de quem
vê as arenas de Portugal com a glória calibrada pelo sorriso
largo, perante a história que se resume a lampejos de agrado.
Antigamente os cavaleiros amadores começavam com dois cavalos velhos e um cavalo novo, procuravam um mestre, montavam ao ar livre de verão e de inverno num espaço limitado por tranqueiras que tinha no extremo um curral onde vivia pacientemente uma vaca mansa ou um toiro manso. Tourear vacas era um acontecimento que surgia de quando em quando se convidados pelos ganaderos nos tentaderos das herdades destes.
Hoje em dia começam com 4 ou 5 cavalos encavados alguns por bom dinheiro, um tentadero, um
picadeiro coberto feito de raiz, um cavaleiro para os ajudar a montar e um staff próprio duma 1ª figura com moço de estoques incluído.
No toureio apeado também muito mudou. Como disse um dia "El Pana", dantes os jovens sonhavam ganhar dinheiro para dar uma casa melhor aos pais, hoje fazem com que os pais vendam a casa para serem toureiros.
Com todas estas facilidades os jovens ainda não são nada e já se julgam figurões e chegam ao descaramento de com a força duma gasosa aberta há 3 dias quererem exigir ganadarias e carteis, o que leva muitas vezes a ficarem em casa...
