terça-feira, 23 de julho de 2013
Mais uma excelente crónica do Eng. José Júlio Estrela da Silveira Zuquete....
Dizemos nós : Fala quem sabe...
"Na era do atrevimento
A propósito da sorte cambiada
É necessária uma enorme ligação para que sincronizados, cavalo e cavaleiro executem a sorte com a perfeição desejada. Daqui se depreende que só um cavaleiro que mande com as pernas, isto é, que esteja bem a cavalo, poderá tirar partido da sorte cambiada, que se torna espectacular quando é perfeitamente executada. E quando digo perfeitamente executada pressuponho a inclusão do temple e o encurvar do cavalo no movimento após provocar a mudança da trajectória do toiro. E isto tanto se pode executar num curto espaço de terreno como alongando esses mesmos terrenos. Esta sorte cambiada que obriga a ir ao piton contrário é difícil, senão veja-se o pouco número dos que a praticam actualmente na perfeição. Era a sorte de marca de José Mestre Batista, e nunca como agora é necessário cultivar essa sorte para bem da nossa festa.
É realmente bastante mais fácil executar sortes de violino e fazer uma espécie de piruetas imitando “nuestros hermanos” e por vezes fazendo uma espécie de andar de lado com a garupa perto da cara dos toiros, e tapando a saída aos cavalos com o correr das tábuas. Ora, tourear, é o que se faz com a cara do cavalo virada para o toiro, quando se atingem situações que podem provocar perigo e consequente emoção.
Sem emoção não há festa, por isso ela anda tão por baixo entre nós. Seria imprescindível que os críticos fossem didácticos, mas infelizmente e salvo algumas poucas honrosas excepções, os escribas que por aí andam não possuem conhecimentos que lhe permitam analisar com serenidade e seriedade o que vão vendo nas nossas praças. Daí restar-lhes o atrevimento...
Zé Zuquete