Faz hoje 33 anos que fui ao Hospital Particular ver o filho do meu amigo Gustavo que tinha acabado de nascer..
Não vou repetir hoje a história que se passou naquele quarto do hospital, que já várias vezes descrevi, vou sim, enaltecer a figura do aficionado Francisco, que conduziu até hoje a sua vida, num certo Paralelismo com a do SENHOR seu pai.
O Francisco herdou a paixão pelos toiros, a frontalidade, a lealdade, o conceito de amizade, o humor, o gosto pelos prazeres simples da vida, e tudo mas mesmo tudo o que o GUSTAVO tinha de bom, dando a ideia que sobre ele paira ( e se calhar até paira...) a sombra tutelar do pregenitor, ao mesmo tempo que herdou os amigos do "LOIRO" (Gustavo Zenkl).
A sua passagem digna como forcado no grupo de Montemor, lembra a passagem de seu pai pelo Grupo do Ribatejo, e o seu toureio a cavalo está perto do conceito de seu pai, que nos deixou era ele tão novo que não podia ter absorvido. Mas mais importante na sua forma de estar na vida, ressalta a generosidade e companeirismo que revela, quando disponibiliza os seus cavalos aos colegas e amigos em apuros ou necessidades várias, tal como fazia o Pai, e lembro-me quando este emprestou os melhores cavalos a uma Figura da sua época que toureava uma corrida importante em Espanha, o que me inspirou a escrever :
Gustavo, no mundo de hoje
Tenho razão para sentir saudade de ti,
De nossa convivência em falas e loucuras passadas,
Simples detalhes da vida, ou nem isso.
Nas tuas ações modulavas um estar e um ser,
Que na amizade eram certeza e segurança
Entre mim e o Francisco, há uma amizade projectada da que me unia ao Gustavo, toldada algumas vezes pela saudade do meu velho amigo...., que certamente se honrraria dos valores que caracterizam o filho que até na maneira como vê as corridas e o desempenho dos colegas tem semelhanças...
Francisco, parabens que se estendem á SENHORA tua mãe e á tua irmã, e tenho que te confessar que me realiza ter um amigo que gosta dos mesmos gostos que eu, que se comove, que sabe conversar de coisas simples, de orvalhos, de arte ( Taurromáquica..), do passado que não viveu, do toiro do cavalo e da equitação, e das recordações de infância. Um amigo assim faz-nos ver o belo e despertar anseios e sonhos, porque não é indiferente a ruas desertas, poças de água, á beleza da simplicidade do campo, ou a deitar-se no campo a petiscar á sombra de um sobreiro ou a divertir-se tanto numa festa popular como noutra com o maior glamour...
