Engenheiro, Fernando Afonso de Melo Geraldes de Sampaio Pereira de Figueiredo
Ao partir, o Engenheiro Fernando, que foi o quinto Marquês da Graciosa, deixou como legado, a imagem da verticalidade sem mácula.
Homem culto, de grande afabilidade, sentia Portugal por ter a pàtria na alma.
Profundo conhecedor do toiro, do cavalo e da equitação, falava destes temas com naturalidade, sabendo ouvir, e sem que nunca querer impôr as suas ideias muito menos exibindo qualquer rèstea de arrogância.
Foi um verdadeiro fidalgo que viveu uma vida desapaixonada e culta, ao relento das ideias, sonhando e pensando numa vida suficientemente lenta para estar sempre à beira de tudo o que rodeava, bastante meditada para se nunca encontrar fora do mundo do seu tempo. Viveu essa vida com emoções e nobres pensamentos, e exclusivamente só no pensamento das emoções e na emoção dos pensamentos. Poisou ao sol do dia a dia, tendo, na sombra, aquela fidalguia da individualidade que consiste em não insistir para nada com a vida, e muito menos revoltar-se com o destino. Foi tudo isto com um conhecimento seguro, nem alegre nem triste, não querendo ser mais, não querendo ter mais, não querendo mais... do que o seu Deus lhe deu...
Há poucos meses esteve várias semanas internado no Hospital em Coimbra. Fui quase diáriamente visitá-lo e vinha de lá sempre impressionado, com a moral de um homem a quem a idade pesava muito, mas que tudo fazia para não preocupar os outros a quem sempre mostrava boa disposição, e falando das amizades como se de um culto se tratasse...
Num País, onde nestes tempos que vivemos, há um enorme defice de senhorio, senti-me na obrigação de prestar esta singela homenagem ao SENHOR Marquês da Graciosa, "P'ra que a terra não esqueça.."