Há prémios e prémios... e esquecimentos...
Tristemente está a acabar a época dos prémios. Os prémios fazem bem á saude, incham o ego de qualquer, e quase fazem sentir os premiados, prenhos de auto-estima.
É evidente que quando os prémios são consensuais ou quase, tem um valor diferente, mas há injustiças...
Tristemente está a acabar a época dos prémios. Os prémios fazem bem á saude, incham o ego de qualquer, e quase fazem sentir os premiados, prenhos de auto-estima.
É evidente que quando os prémios são consensuais ou quase, tem um valor diferente, mas há injustiças...
A propósito de prémios fim de temporada vou contar histórias, por si elucidativas, que ajudam a dar a este tema uma visão diferente.
Houve em tempos um aspirante a toureiro, que não conheci mas que me foi pormenorizadamente descrito pelos aficcionados Nuno Salvação Barreto e “Xico Carreira”, que passou um ano a pagar jantares de homenagem a ele próprio - organizados por amigos da corda -, onde lhe eram entregues prémios de que o próprio era mentor.
Um dia há falta de nome ou entidade para titular mais um prémio o “Nuno e o Xico” organizaram mais um jantar para a entrega do prémio “Putas do Bairro Alto” para o toureiro mais janota, que foi entregue com pompa e circunstância, pela mais conhecida ”meretriz “ do dito bairro, naquela época.
È evidente que não divulgarei o nome do toureiro em questão mas de que os menos jovens se lembram, por respeito aos seus descendentes, tanto mais que esse dito senhor, foi um bom gerente da sua empresa, bom chefe de família, tendo só o “pecadillo” de querer ser toureiro.
Há também a história mais recente, que muita gente conhece, de uma entrega de prémios “Rio Grande “ em Sevilha, em que determinado toureiro, depois de ter sido triunfador claro e absoluto da feira, apercebendo-se que o dito prémio ia para outro, deixou que uns amigos escondessem o dito.
Imaginem a bronca quando chegou a entrega do prémio e o mesmo não estava lá...
Não passo sem descrever a minha própria experiência, quando há uns anos ganhei o extinto prémio “Farpas” para o melhor crítico e que funcionava em moldes mais ou menos democráticos, sendo por isso atribuído em função do número de cupões do jornal chegados á redacção.
Todas as semanas eram contabilizados e divulgados os resultados no jornal.
Pois bem meus amigos:
Ás minhas amigas beatas, acompanhei-as ao terço mo mês de Maio e dei a cada uma um postal com a fotografia de S. Santidade o Papa.
Aos meus amigos políticos prometi que votaria neles em próximas eleições.
Aos meus amigos do Benfica (Carlos Amorim incluído) disse que estava farto de ser do Sporting e que se um dia mudasse de clube seria p’ró Benfica.
Ao pessoal do loby GAY, prometi-lhes que passaria a defender sempre o direito há diferença, argumentando com peso e objectividade, que cada um leva onde quer. Prometi-lhes ainda que apoiaria o casamento entre pessoas do mesmo sexo por ser naturalissimo que dois gaijos ou duas tipas se casem…
Fiz isto tudo e muito mais para ganhar um prémio, mas ganhei democraticamente (qualquer semelhança desta minha vivência com a prática da democracia partidária é pura coincidência).
Teria mesmo ganho com maior vantagem não fosse a forretice e a honestidade do Alvarenga, que ao pedir-lhe para me dar as sobras do jornal, que com os meus filhos preencheria ao serão, me respondeu : Oh João vai á bardamerda !!! Eu, Miguel Alvarenga não me presto a esses jogos.
Já agora e para terminar, recordo que no último dos festivais da amizade organizado por mim e pelos Carlos de Almeirim, Maurício, Zuquete, Chinha, Manel e João Rabaça, Gustavo, Tomix etc., foram instituídos tantos prémios quantos os cavaleiros. Prémio melhor comprido, melhor curto, melhor recorte, melhor par tentado a duas mãos, melhor palmito, melhor ferro de frente ou quase, e melhor ferro á cagadinha, que foram atribuídos aos cavaleiros: Zé Manel Pires da Costa, Humberto Pardal, Platanito, Zé Luís Gomes, M. João Mauricío, Ricardo Chibanga e João Cortesão ( este vosso criado).
Todos ficámos contentes e inchados!!!
Estes prémios foram atribuídos pela SR. D. Maria Manuel Cid e pelos sr.s Eng. João Azevedo (marquês de Angeja), António da Póvoa, Manuel Vaz Tecedeiro, Joaquim Laudácias, Joaquim Nunes e Joaquim Oliveira (infelizmente quase todos já desaparecidos).
Não podia haver um grupo de gente mais séria e mais entendida, como acontece na maioria dos que fazem parte dos júris de hoje.
Cá por mim, no fundo mas mesmo bem no fundo, entristece-me ter ganho alguns prémios, porque assim já não posso dizer como Woddy Allen: “Orgulho-me de nunca ter ganho um prémio”!!!.