segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Sonhei como o MUNDILLO podia ser difrente...
Pelos caminhos sem fim do pensamento
Já várias vezes citei nos meus artigos, Manuel Lima Monteiro Andrade, ex forcado do grupo de Santarém, grande aficcionado, homem apaixonado pelo seu Ribatejo e poeta enorme, que tão cedo nos deixou.
Já um dia escrevi que o seu livro de poemas tal como outros 5 ou 6 ( aos quais juntei recentemente (de Alexandria ao Cairo de Eça de Queirós) nunca sai da minha mesa de cabeceira.
Há dias voltei a abrir a sua obra e parei nuns versos seus que começam assim:
“Na paz sossegada do meu quarto
Fecho os olhos, ás vezes sonolento
E sozinho, sonho e parto
Pelos caminhos sem fim do pensamento”.
Sem querer, segui sonolento e sozinho, pelos caminhos infinitos do pensamento.
Nessa viagem sonhei como seria bom que todos os empresários fossem dinâmicos, empreendedores e inovadores.
Sonhei como seria edificante que as agressões físicas desaparecessem por completo do universo do “mundillo”.
Sonhei com o fim total e absoluto da inveja e consequentemente do ciúme, que apequena os que dela fazem uso, tornando-os dementes e mal formados.
Sonhei que cada artista - ainda que não negando as fontes onde bebeu -, tinha enveredado por soltar a sua arte genuína sem imitações.
Sonhei que se passaram a respeitar sériamente as tradições e as escolas de equitação e toureio, numa demonstração cabal de afirmação por inteiro da nossa cultura e da nossa história.
Sonhei que as associações de classe tinham passado a defender todos os seus associados por igual, não beneficiando alguns em detrimento de outros, e muito menos servirem de respaldo a caprichos pessoais de uns tantos.
Sonhei que a imprensa tinha deixado o comodismo, o politicamente correcto, o tíbio encosto ao poder, em suma o cinzentismo… mesmo continuando a não ser totalmente independente. Dizer-se que determinado órgão da imprensa é independente, é utópico… Digo eu!!!…
Sonhei que todo o mundo taurino se tinha virado para o apoio verdadeiro aos jovens toureiros, sem a hipocrisia do: “ bla, bla, bla… porque é jovem” (como escreveu um dia M. Esteves Cardoso).
Sonhei ver os anti taurinos preocupados finalmente com problemas humanos gravíssimos, que os há, em detrimento da “pachanguice” e dos atentados á liberdade de cada um sem respeito pelas arte, história e tradição.
Sonhei que tinha passado a haver tantas iniciativas de apoio á divulgação, promoção e esclarecimento do toureio a cavalo e dos forcados, como há do toureio apeado.
Sonhei que o Europeismo se circunscrevia á economia e á estratégia militar e não se tinha tornado numa AZAE fria e global.
Acordei então, e rapidamente descobri a verdade fria das palavras do poeta que passo citar, e que entremeio com uma consideração pessoal:
“Que mundos tão diferentes!...”
(E aqui acrescento o tal aparte) A realidade… e o sonho que me transportou a:(no dizer do meu amigo Manel)
Imagens sublimes e grandiosas
Recantos perdidos e atraentes
Praias de águas deleitosas…”
E agora termino com os versos que fecham o poema que me inspirou.
“No fundo sei apenas que vivi
O sonhar dum sonho transitório e brando”.