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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O descaramento no "MUNDILLO"...

Humor taurino - Descaramento

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A famigerada crise, o défice de humor da nossa sociedade, e a presente época taurina, levaram-me á pretensão, nada fácil por sinal, de parir algum humor para descontrair rivalidades.
Começo pela história do tipo descarado que foi surpreendido pelo marido da amante, na cama, na residência do casal.
O marido enganado não achou graça e deu um ensaio de porrada ao intruso em grande, e quando se preparava para o atirar todo esmurrado pela porta fora, o descarado pediu-lhe: “ deixe-me ao menos dar um beijo de despedida á sua mulher”. Respondendo então o marido enganado: “Está bem… Mas não abuse”.
O tipo além do petardo de ter sido agarrado em flagrante, pelo marido, abonou-se á bruta de descaramento, enquanto o corno se encharcou de paciência patética ...
É exactamente sobre o descaramento que me vou debruçar.
Diccionário:
Descaramento = Falta de vergonha; desfaçatez; desaforo; ousadia; atrevimento.
No “mundillo” o descaramento acontece tão frequentemente como acontecem os casos de adultério na sociedade.
Alguns empresários anunciam nas praças pesos dos toiros que nada têm que ver com os reais, com um atrevimento incrível.
Alguns grupos de forcados com a maior desfaçatez, dão como consumadas pegas quando tal na realidade não aconteceu.
Matadores há que não podendo com os toiros lhes tiram a investida mandando-os picar demasiado ou simplesmente tirando-lhes a muleta da cara sucessivamente, denotando a maior falta de vergonha.
E quanto a cavaleiros, alguns parecem ter feito contrato que inclui a obrigatoriedade das volta á arena, desrespeitando o público depois de o enganar com uma lide menos conseguida, com ousadia de pasmar.
A apresentação de alguns curros, para já não falar de animais mandados para Festivas, roçam ou mesmo entram pelo perímetro do desaforo.
Moral da História: Qualquer destes exemplos de descaramento não está longe em volumetria, do que exibiu o gajo da história inicial, quando apanhado pelo corno, enquanto nós, os aficionados, encarnamos o papel dos cabrões, salvo seja, que sucumbimos ao atrevimento, á desfaçatez, á falta de vergonha, á ousadia e ao desaforo de quem nos trai.