Li um livro de piadas sobre o casamento, da texto editora, com tradução de Maria Clarisse Santos e ilustrações de Bill Stott e veio-me á ideia fazer um certo paralelismo, entre algumas frases e situações a ter em conta por apoderados e toureiros.
1 - No principio, todos os Casamentos e apoderamentos são felizes. O viver em conjunto depois é que é a causa dos problemas.
2- Um marido e o apoderado são os homens que te apoiam em todas as crises (referindo-me ás mulheres e aos toureiros respectivamente), mesmo aquelas crises que não terias tido se não tens casado com ele ou se não tens sido apoderado por ele.
3 - O noivo deve ter os olhos bem abertos antes do casamento, e o toureiro antes do apoderamento, e semicerrados depois da vida começar a correr.
É assim meus caros amigos, a ligação entre toureiros e apoderados, está cada vez mais parecida com os casamentos actuais, ambos os casos começa bem mas tem tudo para dar mal, e a duração longa passou a ser excepção que confirma a regra.
Os toureiros culpam os apoderados por tudo o que corre mal, toiros que não investem, excesso e carência de corridas, carteis de menor categoria, incompetência da quadrilha, mas nunca por nunca ser, fazem uma autocrítica no sentido de ver se as suas actuações entusiasmam o público, se as cores das casacas, o corte de cabelo e se a limpeza e apresentação dos cavalos foram trabalhados no sentido de melhorarem verdadeiramente a imagem.
Os pseudo amigos e alguns familiares vão minando as relações, convencendo os artistas de que o culpado é o apoderado, e como o contrato é celebrado de boa fé, com um aperto de mão, o desfazer da ligação é simples e barato.
É evidente que nalguns casos os apoderados não estão preparados para apoderar, do mesmo modo que há muita gente que não está preparada para se casar.
Pelo exposto, vê-se facilmente que a relação é quase sempre precária e muitas vezes o toureiro continua com o apoderado até ao fim da temporada, enquanto lhe vai pondo os cornos de forma mais ou menos descarada.
Casos há em que o trabalho do apoderado é porreiro, como acontece nos casos de conjugues porreiros, no entanto, a vaidade da promoção do toureiro tal como a promoção social do conjugue, cega e leva os visados a imaginar que já podem andar pelo seu pé, ajudados por outro parceiro de um hipotético nível superior, desprezando quem os promoveu.
Resumindo meus amigos, os apoderados hoje em dia tal como os conjugues, estão sempre na corda “Bamba” para serem traídos.
Como consolação, proponho aos apoderados uma visita ao fascinante mundo da Arte, onde os exemplos de infidelidade deram verdadeiras obras primas, como por exemplo:
Romance proibido – Louis BoillY
Vénus e Adónis – Annibal Carraci
Azares da paternidade – Van Dick