Todos temos direito á indignação, mas há regras a respeitar...
O direito á indignação exige elevação, numa renovada coragem num novo tempo, numa nova
liberdade de participar, de intervir e de se pronunciar na esfera pública,
mas tem que obedecer ao respeito pela cidadania e pelos direitos dos outros, não entrando em cerimónias de
degradação pública do individuo ou de qualquer organizacão.
Á parte do exposto, há ainda a ponderar a coerência, bem como o calibrar das armas de que devem dispor os visados para se defenderem.
Ler o que alguns ANTIS escreveram regozijando-se com a morte do matador Victor Bárrio é simplesmente execrável, mas esses energúmenos não são incoerentes, todos sabemos que são gente sem principios nem valores, agora ver manifestações de regozijo pela morte de Fidel ou pelo estado de saúde de Mário Soares, vindo essas manifestações de católicos que não faltam á missa ao domingo e comungam regularmente, isso é que não entendo...
Cada vez dou mais razão a um amigo meu (agnóstico como eu..) quando um dia me disse " O que a religião católica tem de pior, é uma grande parte dos seus seguidores teatrais incoerentes...)
Quanto ao direito á indignação na tauromaquia, há que reconhecer que tem principios dos quais alguns fazem tábua raza. Criticar de forma indignada toureiros, grupos de forcados ou ganadarias, só porque não são ao nosso gosto, é usar indevidamente o direito á indignaçao... e para já não falar do oportunismo que leva a projectarem-se em bicos de pés, só para usufruírem de protagonismo, quer fazendo-se intimos de quem não são, quer citando uma história que não têm, quer até mesmo usando laços familiares há muito tempo desatados.
Termino afirmando com toda a convicção, que o pior da indignaçõ é a fúria, estranhamente, acredito que uma fúria pode ser um conforto, embora um falso conforto. Desprezem os que têm a mentalidade da ‘birra’ que advém de recalcamentos, e tentem ser felizes em Deus ou fora dele... nunca se esqueçam que as fúrias vêem sempre de pessoas mal resolvidas, complexadas e infelizes.
João Cortesao