Tenho andado sem vontade de escrever afundado na dor.
O Luc e o Angel mais que dois amigos, foram ao longo destas últimas décadas os meus portos de abrigo em França e Espanha. Por mais que me custe aceitar, a partir de agora os meus portos de abrigo já não passam por eles.
O silêncio e a saudade são hoje por hoje os meus refúgios no que toca a estes amigos. Entre o rumor dos dias e as sombras da noite, pensando no espaço perdido do passado, espero que o Supremo Arquitecto do Universo me ajude, suavizando este penar, do sentir o desamparo de perder a sabedoria de aceitar a morte de forma natural..
Os amigos verdadeiros sempre foram os meus portos seguro, meus refúgios. Com eles sei que se um dia o meu mundo desabar, eles serão as pilastras que me manterão de pé com a constância de sentimentos ocultos.
Nestes últimos dias, tem sido no silêncio de minha casa que converso com a minha própria alma, e nesse silêncio que hoje me separa do Luc e do Angel, vive uma voz misteriosa que nos continua a unir e me dá uma força toldada pela saudade...
Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta. Estou triste mas tranquilo, porque já há muito que interiorizei que a vida é um livro com principio meio e fim, e que tem que ser lido capitulo a capitulo, página a página...
Termino este meu lamento, com este pensamento que tanto me diz, "Melhores amigos, na verdade, são irmãos que por algum erro não caíram na nossa família", ao qual junto a foto de três verdadeiros amigos.