MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Viva as touradas...

Com a devida vénia transcrevemos parte de um bom e pertinente artigo no OBSERVADOR

Viva as touradas











João Marques de Almeida


As esquerdas radicais também não gostam das tradições e dos costumes portugueses. Aliás, a mera evocação da palavra tradição liberta imediatamente os seus piores fanatismos. Um país é feito de hábitos colectivos e de tradições seculares. A tourada é muito mais do que se observa na arena. Há modos de vida de regiões, cidades, vilas e aldeias de Portugal que estão associadas à tourada. Numa altura em que tudo o que é dirigente político com aspirações ou com desejos de popularidade fala da defesa e do desenvolvimento do interior, convém recordar as regiões da tourada portuguesa. O fim da tourada seria um ataque violento a uma boa parte do interior do centro e do sul do país. E depois da tourada, querem acabar com a caça?
Não será fácil travar esta cruzada ideológica anti-portuguesa. Alimenta-se de um fanatismo arrogante. O que mais chocou na votação parlamentar sobre a eutanásia foi a arrogância dos derrotados, e o modo como afirmaram que a reversão daquele resultado seria apenas uma questão de tempo. As suas preferências são muito mais fortes do que a noção de democracia. A cruzada ideológica das esquerdas radicais beneficia ainda da indiferença, senão mesmo da resignação, das maiorias e da incapacidade dos partidos de centro de direita de mobilizarem 
os seus eleitorados para combates culturais e de valores. Por fim, as esquerdas radicais querem assustar quem discorda das suas ideias através de ataques pessoais e da negação ao direito de pensar de um modo diferente. Já alguém ouviu um dirigente do BE, a propósito das chamadas causas fracturantes, dizer qualquer coisa como ‘discordo da sua opinião mas respeito-a’. Nunca ouvirão porque quem defende uma agenda revolucionária não pode respeitar os seus adversários. Se não os puder aniquilar, deve diminui-los e ofendê-los até lhes retirar a legitimidade das suas ideias.
As esquerdas radicais defendem o direito à vida dos touros, das raposas e das lebres, mas defendem o aborto e a eutanásia. Está tudo dito sobre as suas prioridades e a sua natureza.