Ver reaparecer Joaquim Bastinhas na sua terra depois do que lhe aconteceu e com a vitalidade com que o fez, ver reaparecer Paulo Caetano num registo como se nunca se tivesse retirado e sentir pelas actuações dos descendentes destes dois Mestres que o futuro das duas escolas está assegurado, foi a força que realizou o pleno dos aficionados.
Os Mestres fizeram excelente uso da sua maestria, os toiros bem apresentados corresponderam, e os discípulos deixaram transparecer com personalidade e clareza as fontes onde beberam.
Repito uma vez mais o que já escrevi noutras ocasiões: Não se pode comparar o Cristo de Vellasquez com o Cristo de Dali, que sendo duas obras marcantes são diferentes...
Esta foi a 3ª corrida do jornal "olé!!!". Na 1ª esgotou, na 2ª encheu e nesta edição esgotou de novo. O que quererá dizer este facto ???
PAULO CAETANO
Esta frase típica do Mundillo - Actuação redonda - teve ontem no desempenho de Paulo Caetano o sentido certo. A sua postura desde a forma como pegou nas bandarilhas á moda antiga, afastando o ferro do cavalo mantendo-o na perpendicular, sendo o seu toureio pausado calibrando distâncias e sitio, para depois surgirem os ferros de forma natural, com o devido sentido.
A verdade imperou a par da emoção em toda a ferragem da qual destaco o 2º comprido e os dois últimas curtos que surgiram dum tércio de bandarilhas que decorreu em crescendo.
Se como alguém disse - O toureio é a arte do efémero, pois um pintor pode fazer vários ensaios, um escritor pode fazer um rascunho, corrigir ou republicar, a um toureiro não é dada uma segunda oportunidade na arena, Paulo Caetano neste dia não precisou de ensaios ou rascunhos porque com um só traço compôs um quadro brilhante e escreveu com frases seguras uma página linda na história da arte de tourear.
JOAQUIM BASTINHAS
A força a deste homem que se apresentou renascido, com se nada se tivesse passado de grave na sua vida, foi impressionante e comoveu todos os presentes.
A mesma alegria contagiante que invadiu e continuará a invadir as praças de toiros de Norte a Sul do País, esteve presente como também esteve presente a sua habitual entrega, o ritmo (tão importante no mundo de hoje), a toureria, e neste dia marcou ainda uma maior aproximação á verdade, com um notável sentido de lide.
Joaquim Bastinhas mostrou que é preciso ter alma de toureiro… pra continuar sentindo o toureio… todos os dias...pra toda vida!
A presença de tantos companheiros nesta corrida foram a prova provada do seu companheirismo e da forma como sempre andou de bem com a vida…
É muito difícil manter a serenidade como fez Bastinhas, perante um tal turbilhão de emoções…
J. MOURA CAETANO
O 1º que lidou tardo nas investidas complicou a ferragem, mas o "hidrogénio" mesmo assim, mostrou a qualidade que lhe começa a ser reconhecida permitindo ao cavaleiro alguns bons ferros.
No 2º toiro, começou com dois compridos de eleição ( principalmente o segundo), a que se seguiu uma excelente série de curtos em crescendo, rematando com 3 palmitos que o público aplaudiu com entusiasmo.
MARCOS BASTINHAS
Plagiando Paulo de Carvalho direi:
10 Anos é muito tempo
Muitos dias, muitas horas a treinar e tourear
10 Anos é muito tempo
Deste tempo inteiro que eu vos quero dar…
Foi esta mensagem que o Marcos fez passar, com duas boas actuações feitas de tudo o que de melhor tem para oferecer. Sortes bem executadas, bons ladeares e um contacto permanente com o público.
FORCADOS:
Amadores de Évora e Académicos de Elvas pegaram dois toiros á 1ª e um á 2ª cada grupo.
PS: No Final, cavaleiros e forcados foram chamados á praça em ambiente de grande apoteose..