Meus queridos amigos, Portugueses de lei :
A festa de vila Boim que sem vocês e outros como o M. Rovisco não existia, é uma lufada de ar puro num mundo conturbado como é o mundo taurino. Ali não há interesses, não há guerras, não há rivalidades, nem gente com ânsia de protagonismo bacoco. Ali tudo é Português numa simbiose de amizade e convivio são, que escorre do sentimento de todos os que ali se deslocam, fazendo lembrar as velhas romarias na alegria, na música e na forma como as pessoas se despem de preconceitos para viver aqueles dias, longe de preocupações e tormentas.
Há no entanto uma verdade que não pode ser contestada, que é o facto, de sem vocês nada disto ser possivel. O vosso trabalho, que é muito, a vossa entrega, a vossa generosidade e o vosso entusiamo, fazem nascer do nada, aquilo que todos os que ali se deslocam podem usufruir.
Não é fácil encontrar gente que se entregue de alma e coração, a uma causa benéfica, assim sem mais nada...
Aquela festa, faz-me lembrar o estribilho de um fado, que reza assim: " Tudo ali é Português / Tudo ali vive contente / Vive o pobre e o burguês / É pequenina ialvez / Mas cabe lá toda a gente....
Vocês são os principais obreiros deste acontecimento que vai marcando época após época, as temporadas tauromáquicas, não acabem nunca com esta festa, porque será uma perca cultural se isso um dia acontecer...
Vocês trazem-me á ideia mais um recorte de um fado :
Neste País
Onde longe nos mataram
Um Rei e um Povo
E a Vontade de Viver
Ouvi que riam
Ouvi também que choravam
Mas que cantavam a alegria e o sofrer
Doce País, aquele que lembra a saudade
Triste País aquele que podemos ver...
Ser vosso amigo, compartir com vocês momentos bons e maus da vida, e assistir á vossa entrega a uma causa benéfica e a um derrame desinteressado de Portugalidade, é uma subida honra.
Obrigado caros amigos, Portugueses de lei.
João Cortesão