Maria da Fonte.
Assim
se chamou a revolução que rebentou no Minho em maio de 1846 contra
o governo de Costa Cabral, mais tarde conde e marquês de Tomar. A
causa imediata da revolta foram umas questões de recrutamento, e a
proibição dos enterramentos feitos dentro das igrejas, em que
desempenhou um papel irrequieto e activo uma desembaraçada mulher
das bandas da Póvoa de Lanhoso, conhecida pelo nome de Maria da
Fonte. Os tumultos multiplicaram-se, tomando afinal as proporções
sérias duma insurreição, que lavrou em grande parte do reino.
O
maestro Ângelo Frondoni compôs por essa ocasião um hino popular,
que ficou conhecido pelo nome de Maria
da Fonte ou do Minho, que respirava um certo entusiasmo
belicoso; e por muito tempo foi o canto de guerra do partido
progressista em Portugal. Camilo Castelo Branco escreveu um livro
com o título Maria da
Fonte, que trata minuciosamente deste assunto. São também
interessantes os Apontamentos
para a historia da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da
Fonte, pelo padre Casimiro. Na Biblioteca do Povo e das Escolas,
o n.º 167 é a história da Revolução
da Maria da Fonte, pelo Sr. João Augusto Marques Gomes. Um dos
primeiros trabalhos do romancista sr. Rocha Martins intitula-se Maria
da Fonte.