Há cerca de um ano e pouco encontrei o Zezinho Palha no Porto Alto que me disse que tinha vendido uma égua gadiça ao rejoneador e que este a ía provar á tarde, tendo-me convidado para o acompanhar.
Aceitei, e lá seguimos direito a Pancas. A égua, embora sem arranjo, mostrou qualidades fantásticas, o que suscitou da parte do criador comentários do tipo : "Já me enganaste, se soubesse que era tão boa tinhas pago bem mais..."
A égua seguiu para Sevilha, e passado quase um ano ( dias antes da corrida de Ventura em Montijo) coincidi com o meu amigo José Palha de novo em Pancas, e vimos a égua já rematada de doma, parar um novilho de forma brilhante, mas para Diego, não era todavia suficientemente segura para a sacar no Montijo. Ficou nesse dia assente entre os três que na primeira vez que a toureasse nela em Portugal haveria comemoração. Infelizmente a vida coartou-nos esse prazer...
Estou convencido de que Ventura a irá sacar no sábado como acrescente da sua homenagem ao amigo e ao coudeleiro, que tanto vibrou com outros cavalos celebres do seu ferro como o Ramsés, trovador e Kalinka com os quais toureou Mestre Batista, e tantos outros que se distinguiram como o Trinitá de Gustavo Zenkl...
Esta história quis o destino que não terminasse, mas fica a saudade de um bom amigo e enorme aficionado.