MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Crónica da encerrona de António Ribeiro Telles...

Mestre António, todo um cavaleiro á Portuguesa, com certeza...

Uma noite, um toureiro! Um MESTRE a ombros, com irmãos, sobrinhos, amigos e filho rendidos à magia desta "coisa" que nos enche e preenche, o toureio.

Praça cheia, é Praça cheia. A Palha Blanco cheia, foi o cenário ideal para esta corrida histórica... 

O espectáculo a que assisti ontem em Vila Franca é inesquecivel. Eu, que acompanho a carreira de Ant. Ribeiro Telles desde amador, e que como amigo tenho por ele um carinho especial, acreditava que uma noite redonda como esta podia acontecer, as dúvidas residiam no comportamento dos toiros, mas quis o supremo arquitecto do universo, que estes colaborassem com destaque especial para o toiro "Honrrado" da. ganada ria "Murteira Grave"...

 O seu estilo de toureio está definido desde quando em amador começou a dar nas vistas toureando montado na égua "CALHANDRA". Depois, teve momentos de grande nivel com o "Palhaço", o "Espadanal", o "VITI",  o "GABARITO" e o "!Ribatejo ( Com o qual fez reviver a sorte " á morte...")... 

Pelo meio da sua trajectória artística, teve como todos os toureiros, momentos em que esteve deficientemente montado, e como o seu toureio é absolutamente definido, nem sempre foi fácil encontrar o substituto que lhe permitisse o brilho desejado, mas nunca, por nunca ser, abdicou da linha de toureio que traçou como sua...

Depois deste preâmbulo, vamos agora falar da encerrona...

 Nas bancadas estava a nata dos aficionados ao toureio a cavalo e da equitação á Portuguesa.
Antes da corrida falava-se no facto de Ant. Ribeiro Telles ter comprado o celebre cavalo "ALCOCHETE" ( revelação da temorada) a Vitor Ribeiro, mas persistia a dúvida se o cavaleiro o ía sacar nesta importante corrida... 

Podemos resumir o que se passou assim :
Os 6 toiros foram recebidos correndo-os por direito dobrando-os suavemente só para os deixar em sorte.
Os compridos sucereram-se de poder a poder deixando-se ver nos cites, muitas vezes dando vantagens aos toiros, apontando sempre ao piton da verdade...
Nas lides não mexeu nos toiros mais que o estritamente necessário.
 Nos curtos, conseguiu ferros de antologia, sobretudo quando montado no "Alcochete" ( cavalo dito e feito para o seu toureio..) e no "Rilvas"....
Nas lides a duo imprimiu ritmo e apresentou por duas vezes a sorte em terrenos cambiados, que está em desuso, mas que faz parte integrante da nossa História tauromáquica...
Não cravou ferros de palmo, nem violinos, nem pares a duas mãos, por opção, mas também porque não foi preciso....  a pureza do toureio clássico encheu a praça e fez vibrar os espectadores...

Os seus sobrinhos Manuel e João, colaboraramna Festa a grande altura...

A presença de MESTRE David a entregar o primeiro ferro da corrida ao filho, foi um momento de dignidade e sentimento ao qual o público respondeu de pé, emocionado...

O grupo de Vila Franca ajudou á Festa com boas pegas executadas pelos seus mais antigos e consagrados elementos...

Os Campinos Janica e Café, estiveram excelentes, e naquele abraço que uniu o António e estes dois homens do Ribatejo, quando o maestro os chamou á arena para com eles repartir os aplausos, percebeu-se a cumplicidade dos três curtida nas lides de campo...   

Termino, lembrando a falta que senti da presença da Senhora Dª. Isabel ( Mãe do António) da Senhora Dª maria Manuel Cid ( avó da mulher do António) e do Ludovino Bacatum, que mereciam ter saboreado esta noite, este naco de história...

  Conclusão - O TOUREIO CLÀSSICO À PORTUGUESA NÃO MORREU. Está vivo e agrada aos aficionados...