Em amável esclarecimento enviado ao "Farpas", Fernando de Patrocínio Rodríguez (foto de cima), proprietário da prestigiada ganadaria espanhola Castillejo de Huebra, insurge-se, "com todo o respeito e procurando não ser mal interpretado", contra as considerações que ontem aqui fizemos aos toiros de origem Murube, àcerca do polémico artigo do crítico António Lorca sobre o comportamento "triste" dos toiros de Bohórquez lidados no passado domingo em Sevilha.
"A crítica aos toiros de origem Murube é infundada", defendeFernando do Patrocínio Rodríguez, uma vez que dá a entender que"todas as ganadarias que pertencem a esse sangue são iguais e o seu comportamento é o mesmo".
"O sangue Murube é a continuação do tronco Vistahermosa e, portanto, sem que reste nenhuma dúvida a esse respeito, a casta Murube procede de forma mais ou menos directa da quase totalidade das ganadarias que há no mundo: Parladé, Domecq, Santa Coloma, Atanásio... todas!", esclarece o afamado ganadeiro espanhol. E acrescenta:
"O problema não é o encaste Murube, será de uma ganadaria ou de determinadas ganadarias, sem que se possa generalizar e desprestigiar a totalidade do sangue. Do mesmo modo que, se há um ou vários portugueses ou espanhóis que são maus, não se pode dizer que todos os portugueses e todos os espanhóis são maus!".
E termina assim:
"Não querendo ser mal interpretados, a nossa ganadaria tem origem Murube, em concreto e particularmente na de D. Félix Cameno, mas não nos parece justo que desde um meio de comunicação social se trate de generalizar e desprestigiar todas as ganadarias que tenham o mesmo sangue, porque o que há são ganadarias e ganadeiros e não encastes. E será a cada ganadaria e a cada ganadeiro concreto a quem há que julgar pelo jogo dos seus toiros, sem que, por eles, se deva estender a crítica a todos os que têm a mesma origem".