Os gajos do PAN estão loucos...
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Os gajos do PAN estão loucos
O Regulamento Animal proposto pelo PAN na Assembleia
Municipal de Lisboa tinha muitas preciosidades, que correspondem quase à
proibição da utilização de animais para mais do que companhia. Mas
concentro-me nas condições para ser detentor de um animal. Para além de
acompanhamento médico apenas acessível a quem tenha uma situação
financeira desafogada, o regulamento exigia uma extensa lista de
condições de alojamento que resultava, na prática, na impossibilidade
dos sem-abrigo (e de muitos pobres) terem animais, muitas vezes a sua
única companhia. Mesmo compreendendo as consequências desta proposta o
PAN não mudou de posição. Nem poderia mudar, porque, pôr o bem-estar do
sem-abrigo à frente do bem-estar do animal seria uma intolerável
manifestação de “especismo”. Noutra norma, o regulamento pede para,
quando se retira o animal ao seu dono, “ter em conta a dor ou sofrimento
que pode ser causado ao animal resultante da sua ligação afetiva ao
detentor ou a outros animais”. Não tem uma linha sobre a dor ou
sofrimento causado ao dono. É como se os animais passassem a ocupar, no
ordenamento jurídico, o lugar das crianças, com o seu bem-estar à frente
do ser humano adulto. Na realidade, é assim mesmo que o PAN vê as
coisas