A petiçâo de orelha nas bancadas de uma praça de touros, desde a sombra aos tostados de sol, é um espectáculo interessante, sublime de rumor, frescura e movimento.
Tanto o primário nestas coisas dos toiros, como o aficionado formado em tauromaquia, manifestam o seu íntimo alvoroço. com vibrante entusiasmo, quando agitam em simultâneo com os parceiros do lado os lenços brancos. É uma faceta simpática, alegre, bonita festa brava, de ouro, seda, sangue e sol.
No entanto, a concessão de orelhas, na maioria das praças é tida com mais ou menos benevolência. Por ser assim, uma orelha cortada em Madrid, tem mais mérito do que a conseguida em outra praça. Há que defender que seja mais rigorosa a sua conquista, aproximando-se o conceito das outras praças da exigência da praça da capital.
Por esse motivo os aficionados sabem distinguir as orelhas que se dâo e as orelhas que se cortam.
O galardâo da orelha deve fundamentar-se, concretamente, em uma destacada lide ajustada aos «canones» de parar, templar e mandar, assim como de carregar a sorte, e a execuçâo de matar com a colocaçâo da estocada em todo o alto.