MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Crónica do nosso leitor José do Carmo Reis( o tal senhor de quem não temos foto..), que pela pertinência aconselhamos vivamente

Á falta de foto do nosso amigo...
Estamos no fim do ano, e por isso envio-lhe um texto, fruto de um ano
de debates com “anti-touradas”. Não pelo que representa, mas apenas
porque o gostava de partilhar consigo. Faça dele o que quiser.
Um abraço.
José do Carmo Reis


Os argumentos “contra-touradas”:


Confesso que após quase um ano de frequência em debates “Pró ou Contra Touradas”, pouco ou nada aprendi com o mesmo. Não queria! Aliás, nem precisava!
Por vezes interrogo-me se valerá a pena continuar a tentar, e discutir assuntos com quem nada pretende alterar na abordagem e/ou modo de pensar, mas que por outro lado se entende no direito de adjudicar aos outros toda uma “filosofia” em que se viram embrenhados, da qual não
conseguem compreender toda a extensão prática e que, acima de tudo, não sabem como aplicar. Por isso mesmo, deixo aqui os argumentos “Contra-Touradas”, não pelo que signifiquem “ipsis verbis”, mas pelo que escondem e representam:


- Irredutibilidade;
- Intransigência;
- Ilusão;
- Falta de Senso;
- Pusilanimidade e/ou Cobardia Intelectual;
- Concordância Irracional.


Irredutibilidade:


O discurso apresentado por quem se assume “contra-touradas” não se pode reduzir nem decompor mais. É o que é! Um circulo em si mesmo. Fechado, vão, sem sentido, e onde está vetado sob todas as formas a entrada ao raciocínio lógico. Seria inócuo, se não assentasse num
princípio de falsa abordagem do “problema” apresentado, elevando-o a termos tais que não poderá nunca ser simplificado, logo aplicado praticamente. “Amimais = Homens”! Contraria-se em si mesmo, e a irredutibilidade na abordagem apresentada implica, sempre, um impedimento de voltar ao “estado primitivo”, sendo que o “estado primitivo” referido é o do Homem enquanto tal, integrado e com plenos direitos em tudo quanto significa relações entre as espécies, e a inquestionável superioridade de umas sobre outras. Leis da Natureza, e tudo quanto estas implicam. "Chop… chop…" 

Intransigência:

A intransigência, surge como a filha bastarda e não desejada da irredutibilidade apresentada pelos argumentos “contra”.
Se temos consciência plena que os argumentos apresentados não possuem todo o âmbito interventivo desejado, e que portanto não são transponíveis para a opinião publica generalizada, àqueles que permanecem fieis ao discurso, nada mais lhes resta, senão radicalizarem-se a eles próprios e ao arrazoado utilizado. Isto é facilmente constatável se atentarmos à intolerância mesmo entre os “contra-touradas” enquanto indivíduos pertencentes ao mesmo grupo, à falta de flexibilidade no que concerne a esgrimir argumentos entre eles e com os que se lhes opõem, e à incapacidade de adaptar e antecipar soluções. Tudo isto conduz e acaba por descambar inevitavelmente na rigidez atroz apresentada. Tanto na forma como no conteúdo, mesmo considerando as diferentes modalidades de oratória utilizadas.

Ilusão:

A ilusão é o combustível que alimenta a irredutibilidade e a intransigência. Não se estando plenamente consciente do erro cometido ao fazer uma apreciação disfuncional dos factos reais, cai-se numa falsa ideia que com tempo e terreno fértil em mentes fracas, se assume como uma crença que, em muitos casos, gesta até ao ponto em que o inevitável parto produz uma “religião”. Há uma fé inabalável e inquestionável que as coisas são assim porque são, e nada poderá afastar os fiéis da certeza inabalável de que estão correctos. Aqui reside um perigo que, muito embora se apresente camuflado de boa fé e boas intenções, se torna de toda a prudência estar alerta.
Percorremos a história e somos confrontados com as diferentes realidades, impostas às diferentes épocas, por manipulações mais ou menos conseguidas da parte dos diferentes “gestores” de credos, e que servindo-se da fraude e do logro, conseguiram manipular os incautos
fiéis. Até ao fanatismo e à cegueira intelectual! Ainda hoje assistimos a isso, e sabemos que religião e fundamentalismo, muito menos do que um casamento por amor, são antes amantes fogosos, ardentes, e comprometidos. Embora na rua finjam não se conhecer!


Falta de Senso:


A falta de senso é a “mão que embala o berço” onde repousam as crenças “contra-touradas”. É a ama tresloucada e bipolar que, incapaz de ajuizar correctamente os problemas e circunstâncias, ora bate, ora acaricia, enquanto que o do “berço” pretende, acima de tudo, sobreviver. Certos que possuem a faculdade de julgar, o que por si só significaria uma existência de senso, escolhem fazê-lo apenas baseados nas suas “convicções”, no seu “entendimento” da realidade, e nos “juízos de valor” que alvitram da sociedade enquanto um todo. Os indivíduos integrantes desta, em particular, são outro problema! Se é unanimemente considerado que a falta de senso anda de “mãos dadas” com a ausência de raciocínio, e acima de tudo com a falta de prudência,
convém aqui também analisar as diferentes faltas de senso, aplicadas aos diferentes níveis convencionalmente aceites do mesmo.
Falta de Senso Comum, que se traduz na negação e consequente incapacidade de aceitação daquilo que são as os conceitos emitidos e as opiniões geral e unanimemente aceites por uma maioria dos constituintes de uma determinada sociedade. Ainda que se invertam os papeis, aqui a premissa continuará a ser válida, pois e muito embora, as maiorias ditem o funcionamento do grupo, as minorias terão sempre de ser respeitadas. Quer dizer, convém não impor. Falta de sentido estético, aqui estamos num terreno dúbio e ambíguo. Por isso mesmo merece ser analisado.
Se a ausência de sentido estético se explica numa incapacidade de apreciar o que é belo, estarão, enquanto possuidores dessa condicionante, no direito de não gostar de touradas. É legítimo! Eu também não gosto de dança contemporânea, e por isso não vou assistir.
Falta de senso prático, que muito mais do que representar uma incapacidade de avaliar a utilidade das coisas, representa neste caso, uma incompetência e uma total inabilidade de apontar aplicação, solução e destino ao sobejante, após a eventual conquista das pretensões “contra-touradas”.


Pusilanimidade e/ou Cobardia Intelectual.


Este tópico e o seguinte, são os carris na linha de “alta velocidade” sobre os quais desliza o “comboio” dos argumentos “contra-touradas”.
Tornam-se pateticamente actuais e previsíveis, se os analisarmos à luz dos últimos desenvolvimentos e acontecimentos. São infantilmente fáceis de examinar, e por isso estão bem visíveis aos olhos de todos.
Munidos apenas da leve e transportável bagagem de mão, proporcionada pelos argumentos aqui descritos, e quando confrontados, embarcam numa viajem nesse “comboio”. Alguns optam pela atitude pusilânime de permanecerem com o ânimo fraco, e timida e estrategicamente se retirarem do debate. Optam por permanecer numa estranha sonolência enquanto a duração do mesmo. Aguardam que alguém os leve ao destino!
Outros servem-se da cobardia intelectual para, durante a deslocação do grupo de carruagens atreladas, irem atirando o lixo do que consumiram aos transeuntes que encontrem à passagem. No entanto, permanece uma característica comum entre todos os passageiros que compartem a
viajem: - Deslealdade! Para com eles próprios, e para com os outros!


Concordância Irracional


Esta é de “lana-caprina”, e já foi dito que caminha lado a lado com a Pusilanimidade e a Cobardia Intelectual, como carris que seguem o mesmo destino sem no entanto se cruzarem. Uma não vive sem a presença da outra. Dissociadas tornam-se redundantes!
Faltando a capacidade argumentativa, proporcionada pela não presença de uma capacidade intelectual senão extraordinária, pelo menos suficiente, e pela falta de bom senso ou de qualquer outro dos tópicos neste texto analisados, opta-se pelo insulto, pela ofensa, pelo ultraje, não se argumenta e é-se desleal! Mas com a excepção de que se for “contra-touradas”, estará com certeza desculpado. Deriva de um embora camuflado, mais que evidente complexo de inferioridade, e da necessidade constrangedora de suportar em numero de indivíduos presentes, o deficit em argumentos e legitimidade dos mesmos.
Aceitam-se desta forma toda a “espécie” de intervenientes, independentemente da sua capacidade, legitimidade e cabimento em, e em detrimento da qualidade dos mesmos. O valor acrescentado que possam trazer? Não interessa! Pior?
Os cobardes intelectuais recebem sempre umas “pancadinhas nas costas” por parte dos “concordantes irracionais”, e a certeza de que, quem diz o que pensa, embora sejam disparates, será sempre um grande “Homem".