MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Qual é a ideia ???!!!

Numa altura de crise multiplicarem-se as corridas fora de época...



Há coisas que não dá para entender. Numa altura de crise multiplicam-se as corridas fora de época, quando os aficionados se dispersam pela caça, pelo futebol, pelas corridas de galgos e os mais novos poupam para gastar na Golegã.
Será que os empresários têm tanto dinheiro para perder ou gostam em perder ?
Será que os toureiros não estão fartos de tourear, e aceitam os contratos sabendo que vão receber quando muito as receitas, só para manter a sensação do risco ?
Será que os ganaderos preferem correr os toiros a preço de saldo a guardá-los para a próxima temporada ?
Alguma coisa de raro se passa, mas lá que isto não é normal e roça o absurdo, ninguém terá dúvidas.

Diz o dicionário : "absurdo = paradoxal, contraditório, sem razão, contra-senso.

Quando penso neste desvario a que estamos a ssistir em Outubro de 2012, encontro-me entre o riso de Demócrito às lágrimas de Heráclito: “Demócrito e Heráclito”, lembra Montaigne, “foram dois filósofos, o primeiro dos quais, achando vã e ridícula a condição humana, só saía em público com um semblante zombeteiro e risonho; Heráclito, sentindo piedade e compaixão por ser essa mesma a nossa condição , trazia o semblante continuamente entristecido, e os olhos carregados de lágrimas…” Por certo não faltam motivos para rir ou chorar, perante o que estamos a assistir.
Mas qual é a melhor atitude? O que vive o real, que não ri nem chora, não dá  resposta á dúvida que nos assalta ao pensar no absurdo das corridas fora de época. Isso não quer dizer que tenhamos escolha ou que essa escolha dependa de nós. Eu diria antes que ela nos constitui, nos permeia, com risos ou seriedade, risos e seriedade, que nos faz oscilar entre esses dois pólos, uns pendendo mais para isso, outros mais para aquilo…

Resumindo, perante a loucura total, navegamos nem tanto ao mar, nem tanto à terra, pretendo apenas, nesta exposição dado o facto de que o tema é o mundo do toiro, investir contra a grande e complexa questão  irresolvida dos verdadeiros ou falsos empresários, ou dos fins inconfessaveis, ou do suicídio, ou do masoquismo, ou sabe-se lá de quê...