Gente diferente
João Lucas

![]() |
Na 1ª vez que pegou um novilho na moita |
Pegou o seu primeiro novilho por um grupo de amigos do
aposento da moita em 1997 pois estava a passar a feira em casa do Zé Manel Pires da Costa, tinha sido operado ao apêndice 3 dias antes e ainda tinha os pontos... já não foi preciso ir ao hospital para os tirar. lol
A vida do João como forcado resume-se a 15 anos de actividade ( vai a caminho da 16ª) e mais de 50 toiros pegados. Mas o que o torna distinguido nesta actividade lúdica e nesta arte tão Portuguesa, é o seu espirito de sacrificio e a sua abnegação. Quando as coisas apertam, toda a gente sabe que da parte do Lucas há a entrega total não raras vezes com sacrificios de monta.
Escrever do João traz-me á ideia a amizade que me une aos seus pais, tão só a mesma que me uniu a seus avós e ao seu tio João Carlos Piteira.
Já uma vez escrevi, e hoje recordo que o joão faz-me lembrar pela forma de estar e ser, o Senhor seu avô.
Á bonomania com que se apresenta, á seriedade do conceito de amizade, á educação e á maneira apaixonada como vive a "FESTA", junta ainda a forma importante e exigente como colabora na adaptação dos mais novos do grupo, demonstrando com tudo isto, a personalidade de um tipo bem formado e de bem com o mundo, sempre longe de enredos, do cismar de adivinhos, estendendo sim, os braços honrados da vida que são os mesmos que controlam os medos na praça.
Tudo o que diga respeito ao Grupo de Lisboa, fá-lo assumir a paixão que marcou a sua vida, no encontro de profundas amizades e na filosofia de vida do GFAL, inspirada no cabo fundador e referência maior, o sempre lembrado Nuno Salvação Barreto.
A aficcion deste homem extravasa o pegar toiros, e mergulha no toureio á pé, no toureio a cavalo e no toiro a que profissionalmente está ligado, sustentando o seu saber nos ensinamentos de seu pai, que é tão só dos aficionados mais esclarecidos que conheço. De tal modo o julgo entendido que quando há uma corrida onde ele está e eu não, é a ele que peço que me conte o que se passou, porque sei, por tantas vezes vermos corridas juntos, que a sua opinião é válida e séria.
O João lembra muitas vezes a malta do meu tempo na forma intensa como vive a Golegã a cavalo, postura tão diferente daqueles outros que a vivem como se os cavalos não existissem, parecendo mesmo dizer que o que a Golegã tem de pior são os cavalos.
Eu conheço o João Lucas desde que nasceu, e considero-o um exemplo para os mais novos como homem e como forcado... e é nesse tipo diferente que eu vejo, quando na praça as coisas se complicam, a vontade e a honrradez de uma raça antiga.