MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Toiros - Hoje como há 4 anos atrás... (por João Cortesão)


Esvrevi esta crónica há 4 anos e ao voltar a lê-la, concluí que continua actual..
"La mode se démode, le style jamais."

La mode se demode, le style jamais…

Esta frase celebre de “Coco Chanel”, deve-se projectar no panorama actual do toureio a cavalo em Portugal.

A moda dos toiros de encaste “Murube”, dóceis, facilões, e cada vez mais perto do manso perdido, tira por completo a emoção á corrida á Portuguesa e mais grave: Afasta o público das praças de toiros…

È evidente que esta moda tem que passar de moda “LA MODE SE DEMODE…”

O público sai frustrado, os toureiros saem frustrados, as corridas passam assim a ser uma frustração completa.

A emoção é essencial e essa só é possível mantendo o estilo que sempre caracterizou as corridas de toiros, um estilo vivo em que a coragem domine levando á emoção. O estilo não pode mudar “… LE STYLE JAMAIS…” isto é, não pode passar de moda, como se depreende da frase que titula esta crónica”

Os toureiros, só conseguem libertar toda a sua arte, quando sujeitos á “PRESSÃO” da bravura do toiro, que conduz ao perigo, levando assim emoção ás bancadas.

“O carvão quando sujeito á pressão dá origem ao diamante” disse e muito bem Winston Churchil. Reparem que as grandes actuações dos toureiros, foram sempre conseguidas com toiros bravos e com trapio, isto é, com pressão.

O toureio moderno, interpretado por uma maioria, não tem a emoção dum Batista e de um Zoio, e se lhe juntamos o toiro quase domesticado, o que fica?

Nada, mesmo nada.

Estou convencido de que serão os próprios toureiros, porque pensam no futuro, a exigir toiros á séria e depois quem tem unhas é que tocará viola, e deste desiderato partir-se-á para uma selecção natural clarificadora, com toda a certeza.

As empresas, na sua maioria, têm a maior parte das culpas do estado a que isto chegou, ao deixarem que os toureiros exijam determinados toiros. Os empresários verdadeiros têm que salvaguardar o futuro da “Festa”.

Os aficcionados menos jovens, estão habituados a vibrar nas corridas e não vão agora habituar-se á sensaboria. Os Hábitos de cada um, não mudam com facilidade.

A propósito de hábitos: há dias, um grande amigo meu, quando falávamos de uma amiga comum mais velha que nós, que tinha arranjado um namorado muito mais novo - o que na dita amiga sempre foi apanágio – saiu-se com esta: “ cadela velha avessada a comer pintos… só morta perde o vicio.

Ainda que esta história não venha muito a propósito ( mas tem graça), mal comparado, se estamos habituados a viver a emoção nas corridas, se temos esse vicio só mortos o perdemos.

Os cavaleiros têm que nos dar aquilo de que gostamos e nos faz vibrar. Resumindo, como dizia o eng. F. Sommer d’Andrade: “o essencial das acções do toureio a cavalo, devem conduzir á escolha de atitudes, gestos e “ares” do cavalo, frente ao perigo que o toiro representa e o CAVALEIRO DEVE CULTIVAR”.

Sr.s cavaleiros, meditem nestas palavras sábias do mestre.

João Cortesão