Nascido em Mesquitela ( Concelho de Almeida), oriundo de família numerosa ( 10 irmãos), estudou no Liceu da Guarda e depois na Escola Agrícola de Coimbra onde terminou o curso. Como não tinha cunhas seguiu depois para a Guiné em comissão de serviço durante os dois anos da praxe.
Conhecemo-nos na Escola agrícola em Coimbra, onde a paixão pelos toiros, pelo fado e pelo Rugby nos uniu e tornou amigos.
Como forcado, além de ter começado no grupo da Escola Agricola - onde aliás começou a maioria dos forcados beirões do meu tempo -, pegou no Grupo dos Académicos de Santarém e no Grupo de Tomar.
Como aficionado, é vê-lo sempre de forma discreta anualmente na feira de Salamanca, nas corridas das Beiras, no Campo Pequeno e nas principais feiras Ribatejanas.
A personalidade do meu amigo Fernando reflecte o ser e sentir das gentes de Almeida. Ao entrar em Almeida vê-se de caras as portas das suas muralhas. A localização de Almeida moldou o caráter da sua gente. A sua gente, que sofreu ataques e destruição ao longo da sua história, tornou-se dura e resistente, mas também sabedora dos benefícios da paz, o que a leva a receber com genuína honradez e simpatia quem quer que venha por bem. O granito que deu forma às muralhas, aos quartéis e às igrejas foi arrancado às encostas que descem até ao Côa. Esse granito omnipresente consubstancia, torna concreta e palpável a forma de ser do seu povo.
O Fernando Caramelo, além de reflectir o sentir das suas gentes, tem um conceito de amizade que se fundamente no facto de que um verdadeiro amigo é o maior de todos os bens, que eu posso e devo testemunhar, sempre presente de forma incondicional nos bons e maus momentos daqueles que como eu têm a sorte de ser seus amigos. Atitudes de solidariedade que teve para com os Senhores meus pais quando estive na guerra, marcaram a minha amizade inquebrantável por ele que me leva a escrever este apontamento, P'ra que a terra não esqueça...