MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

RECORDAR É VIVER

Por Sónia Batista 04 de junio del 2012


ENTREVISTA: A poucas horas da encerrona no Campo Pequeno em  2012




Como surgiu o gosto pela tauromaquia e pela arte de pegar touros?

Surge através do meu Pai, um grande aficionado do toiro, ele levava-me a ver muitas corridas quando era mais novo. O gosto pela arte de pegar toiros surge um pouco mais tarde, também através do meu pai, foi ele que me levou aos primeiros treinos no GFA Montemor.

Quais são os teus forcados referência?

São muitos, é difícil nomear todos aqueles que considero referências.

Qual foi o teu percurso até a data da tua primeira fardação e quais os sentimentos experienciados nesse dia?

Eu comecei a treinar no Grupo de Montemor com 16 anos, fiz duas épocas de treinos até me fardar pela primeira vez, no dia vinte e três de Agosto de2001, na Praça de Touros das Caldas da Rainha. Foi um dia emocionante para mim, senti grande responsabilidade porque estava-me a fardar por um Grupo de Forcados referência na festa de touros em Portugal.

Na corrida em que passaste a Cabo, que memórias guardas e como sentiste o grupo ao receber-te como novo Cabo?

Foi uma corrida muito emocionante, o Rodrigo Corrêa de Sá foi um cabo marcante na história do Grupo, eu recebia dele um cargo de enorme responsabilidade. Tinha nos ombros o peso de substituir uma figura muito importante do Grupo, com um carisma muito grande. Foi uma corrida emocionalmente difícil, pois o "Guiga" na pega da sua despedida acabou por ser colhido e sofrer um traumatismo na cabeça que não lhe permitiu finalizar a pega. Apesar desse momento mais difícil, senti o Grupo unido e solidário comigo.

De todas as pegas que já concretizaste, quais consideras com maior relevância; que mais te marcaram?

A primeira vez que peguei pelo GFA de Montemor, na Praça de Touros Montemor-o-Novo e a primeira pega que o fiz, como cabo do GFA de Montemor, na Praça do Campo Pequeno.

Enquanto Cabo, quais os elementos que fundamentam a tua escolha do Forcado de Cara?

As características do toiro, o momento de forma do forcado de cara, a praça em que o Grupo está a actuar.

O Grupo Forcados de Montemor tem uma importância histórica elevada, achas que ao longo das temporadas têm conseguido manter o grupo nesse patamar? Quais os moldes que têm regido a coesão da vossa qualidade?

Penso que ao longo destas últimas temporadas o Grupo de Montemor tem estado num patamar muito elevado, como é seu apanágio e assim espero que continue. O Grupo de Montemor é uma escola de forcados e de valores, penso que são os ensinamentos transmitidos dentro do Grupo, de geração em geração, os quais têm regido a qualidade do Grupo.

De todos estes anos que levas como cabo, qual a temporada de maiores triunfos para o vosso grupo?

A temporada de maiores triunfos foi em 2009, onde o grupo teve grandes desafios e correspondeu sempre com grande classe dentro de praça.

Como analisas a temporada passada do Grupo e que objectivos pretendem cumprir esta temporada?

Penso que a temporada passada foi muito regular, com grandes pegas, onde o Grupo de Montemor teve boas actuações nas corridas de maior importância. Esta temporada espero que o Grupo, no mínimo, mantenha o mesmo patamar.

O Grupo de Forcados é uma escola de valores, de aprendizagem não só na arte de pegar mas também de formação individual dos jovens. Enquanto cabo que valores, tentas transmitir?

A solidariedade, humildade, respeito pelo público e pelos valores do Grupo, afición ao touro bravo. Estes, são alguns dos valores que tento transmitir como cabo.

Na noite de 7 de Junho, o Grupo Forcados Amadores de Montemor irá pegar em solitário, como analisas esta oportunidade dada pela Sociedade do Campo Pequeno ao vosso Grupo?

É um privilégio ter a oportunidade de pegar outra vez em solitário na primeira Praça de Portugal. Tenho a convicção que o Grupo de Montemor vai corresponder positivamente á confiança depositada pela Sociedade do Campo Pequeno no Grupo.

Expectativas para a próxima corrida de 7 de Junho no Campo Pequeno e expectativas sobre os touros da ganadaria António Silva?

Espero que seja um grande espectáculo, com praça cheia, com um grande ambiente e que todos os intervenientes estejam à altura do acontecimento. Espero que os touros sejam bravos, com investidas francas e proporcionem grandes pegas.

Texo: Sónia Batista