Este é o fado dos lusos em terras de Cervantes, e desta vez voltou-se a repetir em Talayuela.
Enquanto os espanhóis José Miguel Callejón, Raul Martin Burgos e Roberto Armendáriz cortaram apêndices oferecidos pelo presidente da praça, depois de montarem o seu “número do caballito”.
Os portugueses Paulo Jorge Santos, João Moura Caetano e Francisco Palha, que mostraram as diferenças que há em termos de montar a cavalo (aí a vantagem vai inteiramente para Caetano), lidar e templar.
Paulo Jorge Santos, mostrou que as actuações que tem tido em Espanha lhe deram mais traquejo, e fazem dele um toureiro maduro que certamente irá continuar o seu percurso como cavaleiro, que deverá ter mais oportunidades. Cortou duas orelhas ao oponente e saiu triunfador.
João Moura Caetano continua a espalhar nos ruedos de Espanha aquilo que melhor sabe fazer: lidar o toiro, e acreditem que é bastante difícil. Caetano amadureceu muito, ganhou calo e hoje já tem estatuto para vir a ser incluído nas grandes feiras e disposto a aceitar novos desafios. Continua muito bem montado, com surpresas que ainda podem acontecer esta temporada, e na hora de matar “já lhe apanhou” o sítio que lhe permite não claudicar na sorte suprema.
Esteve certeiro com um só rojão e cortou os dois apêndices, sendo igualmente o triunfador.
Francisco Palha apertado pelas actuações anteriores e os cortes de apêndices, não facilitou e viu-se logo na forma como abordou o oponente dobrando-se com ele. Nas bandarilhas mostrou desembaraço, e não fosse estar pesado com o descabello a história seria outra. Apenas cortou uma orelha.
Os hastados de El Madroñal saíram bem à medida dos artistas e só a sua nobreza permitiu o corte de tantas orelhas por parte dos castelhanos.