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quarta-feira, 20 de junho de 2012


Carta datada de 25/6/2003, de João Vasco Lucas ao Grp De Lisboa, quando o Pedro começava a apresentar leves melhoras


Este é um documento notável do que é a amizade verdadeira e o espirito de um grupo de Forcados, ao qual "sortesdegaiola teve acesso, e que não podia deixar de publicar

Um grupo de Forcados é uma familia

Pedro :

A minha vida sempre foi banal, igual à de toda a gente, nasci filho único e sempre sonhei ter irmãos. Há seis anos a minha vida tornou-se especial, ingressei no Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, inspirado nessa figura carismática e omnipresente que é Mestre Nuno Salvação Barreto, e pela admiração e amizade por este senhor das arenas que é José Luís Gomes.
Aqui encontrei uma nova família, e não um, mas muitos irmãos, entre os quais, subsistem os mais antigos códigos de de honra da cavalaria.
De entre eles, talvez pela nossa proximidade de idades, mas principalmente pela sua simpatia e acessibilidade destacou-se o Pedro Maria Gomes. Rapidamente se desenvolveu uma enorme empatia entre nós, e o P.P. passou a ser aquele amigo que sempre esteve presente nos melhores e nos piores momentos e deixámos de nos ajudar só dentro de praça, e passámos a ajudarmo-nos também nas pegas da vida.
Estreámo-nos a pegar de caras no mesmo dia, mas logo o P.P. teve uma ascensão meteórica, só possível aos eleitos.
Ao longo da minha vida fui tendo uma grande admiração por forcados de época, aqueles que nos fazem despertar uma lágrima de emoção no canto do olho, mas agora é diferente, o meu forcado de eleição é meu amigo, está sempre ao meu lado quando é preciso, e tenho a oportunidade de o ajudar tantas e tantas vezes.
Por vezes no Grupo de Lisboa, fazemos “o número”, em que o forcado da cara (alguém de confiança) parte sozinho para a cara do toiro, e só depois da reunião podemos saltar para o ajudar.
O Pedro encontra-se neste momento a executar “o número” frente ao toiro da sua vida. Já se fechou na cara dele e aguenta derrote atrás de derrote, mas... Nós ainda não podemos saltar as tábuas para o ajudar.
Resta agora a confiança que ele sempre me incutiu, a certeza de que, quando puder saltar a trincheira, para o ir ajudar, ele virá como sempre...
... Bem fechado na cara do toiro.

Ao Herói e ao amigo

João Vasco Lucas 25 de Junho de 2003