O conflito permanente em que se envolve a sociedade moderna tem características e motivações muito especiais no nosso país, e consequentemente no nosso mundo do toiro.
Se é um facto que a falta de convívio das pessoas em casa, motivada pelas televisões, computadores e pelo ritmo acelerado em que se vive, contribui para uma certa agressividade, também é um facto que a falta de leitura de bons livros, aliada à violência das imagens de TV e às primeiras páginas dos jornais, geralmente sensacionalistas, projectam as pessoas para a conflitualidade, dando por vezes a ideia de que, para além desta, não há outras formas de reagir.
Em Portugal, há questões que mergulham na história e que têm que ver com a personalidade típica de um povo.
Senão vejamos:
Sempre que há situações fracturantes, nós os Portugueses reagimos com ódios viscerais.
Na 1.ª República o ódio dos jacobinos à igreja, dos republicanos aos monárquicos (e o contrário é verdadeiro), foi profundo (e ainda hoje há resquícios), os salazaristas e a oposição nutriam o mesmo ódio profundo e no 25A as palavras fascistas e comunistas serviram para extremar, rotulando com ódio.
Muitos mais exemplos poderia dar, mas fico-me pelo actual anti Benfiquismo Portista e correspondente anti Portismo Benfiquista.
No mundo do toiro ou se é Mourista ou anti Mourista, ou se é da ANGF ou se é contra, ou se é “Farpista” ou anti “Farpista”, e em todas estas situações há ódios de estimação.
Como é ao mundo do toiro que me quero referir em particular, é a este que quero dizer:
Os ódios do mundo do toiro, nesta fase particular em que a Festa é atacada como nunca o foi (embora seja uma minoria a fazê-lo), só a prejudicam.
O aceitar das críticas que nos fazem, sem azedume, ajudaria com toda a certeza na luta para a qual devemos conduzir as nossas forças.
As roturas de cavaleiros com apoderados e com bandarilheiros, deviam ser feitas com elevação.
As guerras entre orgãos de informação não deviam existir.
Quem está disposto a aceitar o que eu digo? ????
Nem eu, ou se calhar muito menos eu… que estou com esta converseta…
Somos assim, e quiçá não há nada a fazer…