Como eu vejo as corridas em Portugal...
Na nobre arte da tauromaquia, todos querem o perfume da emoção e viver um espectáculo. São as cortesias, as vénias, os campinos, as casacas para a cerimónia, ao estilo de Luís XV (ousadias de mantos bordados), cavalos de raça, valentes, em lide com toiros bavos. Tudo isto e muito mais torna a "FESTA" numa coisa linda.
Nos pormenores das lides, há rostos fechados, toureiros apegados à sorte dos outros. Solidariedade de gente brilhante.
Nas arenas da nossa terra, há corridas, ora com aplausos ora com silêncio. Vibra-se com a Nobre arte de pegar touros, por forcados destemidos. Cheira-se um perfume no santuário do respeito e do entusiasmo dos aplausos., que são simbulo de galhardia.
Olha-se em torno do redondel. As farpelas enchem o olho de cor, e o céu alarga-se. Cada pessoa tem o seu lugar, e em cada gesto, há um maneio.
Quem enche a praça nem sempre sabe ao que vai. Mas há sol á tarde e á noite há luzes que iluminam.
Toca a banda, quando a preceito se forma o bailado da corrida. Trocam-se cavalos. Na lide há um sorteio da vida. Uma vez boa, outras vezes, a desilusão findo todo o empenho.
Que mais? Nos aficionados há gente simples, gente de estirpe com nomes compridos, Ganaderos empreendedores ou não mas sempre apaixonados, apoderados na roda de uma rivalidade nem sempre salutar.
Ombreia-se a alegria à vontade da lide perfeita. Os ferros sucedem-se, na labuta frenética de cada temporada. Na ribalta, o desembaraço de homens e mulheres personagens de uma narrativa de valentia. Eles e elas escolhem montadas para abrilhantar o seu estilo. Aroma de classe, lides mais repousadas. Toureio moderno, nem sempre com a velocidade desejadae que por isso altera ritmos e cadências.
A bandeira de Portugal, é todavia uma moda, ainda que antiga, em tempos de crise de valores em que os Portugueses ao "deus dará", protestam por instinto sem convicções.
Após uma corrida ficam para sempre, as imagens artísticas debruadas com o sentimento do instante.
É assim que vejo as corridas em Portugal, com a glória calibrada pelo sentir de um povo, e não só com lampejos de agrado.