Ontem - Empresa do Campo Pequeno
Na conferência de imprensa da empresa do Campo pequeno realizada ontem e na qual estivemos representados pelo nosso director, não houve surpresas, só podem ter ficado surpreeendidos aqueles que têm andado distraídos.
Antes de tudo o mais queremos salientar a clareza das contas apresentadas do Festival a favor do Nuno Carvalho.
Quanto á nova época, como foi evidente, a empresa da principal praça do País não está na disposição de ceder a honorários irreais para tempos de crise, ainda por cima depois de numa demonstração de visão á distância, ter baixado os preços dos bilhetes.
Metade da época está feita e a outra metade imagina-se. Faltam ainda figuras como por exemplo Ana Batista, e os menos conhecidos que o justificarem até junho, além de um ou outro rejoneador que se destaque em Sevilha e Madrid. Não podemos deixar igualmente de levar em conta, que os que triunfarem nesta primeira fase, podem e devem ser repetidos. A propósito, é bom lembrar que Batista, Zoio e Luís Miguel da Veiga tourearam numa temporada mais de cinco vezes no Campo Pequeno no tempo de Manuel dos Santos e não só, só porque triunfaram corrida após corrida.
Faz falta verdadeiramente Diego Ventura, mas segundo foi dito ontem, nada está afastado de vez, esperando a empresa que o rejoneador esclareça se vem ou não e se não vem, porque não vem...
Quanto a Salgueiro da Costa, em quem a empresa apostou forte na época passada, não consta para já em nenhum cartel, porque pediu um aumento de 128,16 por cento a mais que na época passada.
A aposta no toureio apeado parece-me que vai ser mais reduzida, todos sabemos da escassez de valores no nosso País e de verdadeira novidade só existe o Manuel Maria Gomes.
A vinda de uma figura Espanhola com interesse é muito caro e a crise não aconselha aventuras, e também valha a verdade que toureio apeado só em Espanha. Este tipo de corridas que têm quase sempre uma entrada diminuta, ou está um figurão, e estes muitas vezes não querem vir, ou então só serve para uns tantos dizerem com ar doutoural no fim dessas corridas : " Isto havia de ser em hastes limpas - sem picadores é impossivel - devia ter vindo fulano em vez de sicrano - etc.... Para isto, mais vale apostar no Procuna, no Vitor Mendes, no Pedrito ( assim ele queira ) e no Manuel Dias Gomes.
A aposta nas rivalidades da forcadagem é correcta porque é salutar e faz bem á "FESTA", os forcados formam hoje o nucleo mais forte dos aficionados.
Por último, a redução de três espectáculos em relação á temporada passada é perfeitamente natural.
Do apoderamento de João Maria Branco falaremos numa peça á parte a publicar ainda de manhã.