Gente diferente
João Batista Pereira (JP p´rós amigos)
Nasceu em 1981 em Montemor-o-Novo e é licenciado em Eng. Zootécnica pela Universidade de Évora.
Todos os que são verdadeiramente aficionados á arte de pegar toiros, repararam com certeza neste forcado. A sua abnegação, eficiencia e sobriedade nas primeiras ajudas é verdadeira impressionante. Por vezes dá a ideia que quanto mais complicada é a situação, mais a calma o invade parecendo não dar importância ao risco.Curiosamente nunca tinha falado com o João Pereira, e só agora quando resolvi prestar-lhe esta singela homenagem resolvi telefonar-lhe para saber factos da sua vida que me ajudassem a enquadrar o que queria escrever no fundamental. Desde os 12/13 anos que joga rugby, modalidade que foi a sua grande paixão até entrar para o Grupo de Montemor, e o seu coração se dividir (palavras suas ).. Na altura havia vários forcados no Grupo que eram de Montemor e jogavam rugby com ele e que sempre o aliciaram para ir para o Grupo.
Diz com uma clareza que revela o Homem : " Eu nunca fui um grande aficionado, na minha familia também não há muitos, mas sempre gostei e fui educado a gostar das tradições tendo como expoente máximo a Corrida de Toiros e desde pequeno que quando ia a uma corrida ou via na televisão me fascinou a figura do Forcado, pela sua valentia, a sua raça, a sua humildade e a sua entrega sem receber grande destaque na Festa".
Nasceu cedo a vontade de experimentar, mas quis o destino que só fosse ao primeiro treino (a sério) em 2002. Em 2004 fardou-se pelos “juvenis” e em 2005 pelos Amadores sob comando do Guiga e omo já tinha alguma idade no fui “poupado” e nesse ano já se fardou e ajudou em quase todas as corridas. Segundo o próprio, o que sempre gostou mais de fazer foi dar Primeiras ajudas. Na altura teve que encontrar lugar no meio de grandes ajudas como eram o Diogo Campilho, o Hugo Melo e o António Corrêa de Sá.
Com a nobreza de um homem distinguido disse: "Agradeço ao Guiga que apostou em mim logo desde cedo quando tinha todos estes para escolher. Depois com a saída do Diogo Campilho em 2007 (se não me engano) sobraram mais oportunidades e a partir daí a exigencia também foi sendo sempre maior e ainda bem!
Vê-se nas suas palavras a clareza de um homem decidido e claro tão claro decidido como quando tem que ajudar de forma carregada.
A sua passagem pelo Rugby, modalidade que bem conheço, como a de todos aqueles que jogaram em campos enlameados, traz-me á ideia esta frase de Albert Kaempf : " Eis se não quando, mesmo uma topeira é capaz de nos falar do céu azul".
A paixão do joão Pereira pelo rugby, e o seu comportamento como forcado dão força ao conceito enraizado nos rugbistas, de que o Rugby é um couto épico, um mito
fundador, explicativo do ordenamento do mundo e da vida entre os homens.
O João é diferente porque quase renega o protagonismo natural e justo da forcadagem, porque ele o que gosta mesmo, vê-se na cara, é de ajudar os amigos a pegar toiros.
Eu gostava de ter sido um primeiro ajuda como o João Pereira.