MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

quarta-feira, 13 de março de 2013



Gente diferente

João Batista Pereira (JP p´rós amigos)



Nasceu em 1981 em Montemor-o-Novo e é licenciado em Eng. Zootécnica pela Universidade de Évora.
Todos os que são verdadeiramente aficionados á arte de pegar toiros, repararam com certeza neste forcado. A sua abnegação, eficiencia e sobriedade nas primeiras ajudas é verdadeira impressionante. Por vezes dá a ideia que quanto mais complicada é a situação, mais a calma o invade parecendo não dar importância ao risco.
Curiosamente nunca tinha falado com o João Pereira, e só agora quando resolvi prestar-lhe esta singela homenagem resolvi telefonar-lhe para saber factos da sua vida que me ajudassem a enquadrar o que queria escrever no fundamental. Desde os 12/13 anos que joga rugby, modalidade que foi a sua grande paixão até entrar para o Grupo de Montemor, e o seu coração se dividir (palavras suas ).. Na altura havia vários forcados no Grupo que eram de Montemor e jogavam rugby com ele e que sempre o aliciaram para ir para o Grupo.



Diz com uma clareza que revela o Homem : " Eu nunca fui um grande aficionado, na minha familia também não há muitos, mas sempre gostei e fui educado a gostar das tradições tendo como expoente máximo a Corrida de Toiros e desde pequeno que quando ia a uma corrida ou via na televisão me fascinou a figura do Forcado, pela sua valentia, a sua raça, a sua humildade e a sua entrega sem receber grande destaque na Festa".
Nasceu cedo a vontade de experimentar, mas quis o destino que só fosse ao primeiro treino (a sério) em 2002. Em 2004 fardou-se pelos “juvenis” e em 2005 pelos Amadores sob comando do Guiga e omo já tinha alguma idade no fui “poupado” e nesse ano já se fardou e ajudou em quase todas as corridas. Segundo o próprio, o que sempre gostou mais de fazer foi dar Primeiras ajudas. Na altura teve que encontrar lugar no meio de grandes ajudas como eram o Diogo Campilho, o Hugo Melo e o António Corrêa de Sá.

Com a nobreza de um homem distinguido disse: "Agradeço ao Guiga que apostou em mim logo desde cedo quando tinha todos estes para escolher. Depois com a saída do Diogo Campilho em 2007 (se não me engano) sobraram mais oportunidades e a partir daí a exigencia também foi sendo sempre maior e ainda bem!

Vê-se nas suas palavras a clareza de um homem decidido e claro tão claro decidido como quando tem que ajudar de forma carregada.



A sua passagem pelo Rugby, modalidade que bem conheço, como a de todos aqueles que jogaram em campos enlameados, traz-me á ideia esta frase de Albert Kaempf : " Eis se não quando, mesmo uma topeira é capaz de nos falar do céu azul".
A paixão do joão Pereira pelo rugby, e o seu comportamento como forcado dão força ao conceito enraizado nos rugbistas, de que o Rugby é um couto épico, um mito
fundador, explicativo do ordenamento do mundo e da vida entre os homens.



O João é diferente porque quase renega o protagonismo natural e justo da forcadagem, porque ele o que gosta mesmo, vê-se na cara, é de ajudar os amigos a pegar toiros.



Eu gostava de ter sido um primeiro ajuda como o João Pereira.