Depois de assistir á corrida de 3ª feira em Vila Franca, fui para casa a pensar que não tinha visto nenhum toque no cavalo de ferro Ortigão de Vitor Ribeiro que justificasse tamanha lesão.
Consultei então os meus arquivos de memória, que embora danificados ainda funcionam, e concluí que a grande maioria dos casos de fracturas de membros nos cavalos de toureio de que me lembro, aconteceram próximo do fim das temporadas. O cavalo ferro Palha de Frederico Cunha com que Mestre Batista toureava, fracturou a mão numa 3ª feira noturna em Vila Franca. Ao cavalo Caribe de Rafael Peralta, aconteceu o mesmo em Saragoça, numa feira de outubro. O cavalo Trinitá de Luc Jalabert, sofreu uma fractura de um membro na Nazaré em meados de um mês de setembro. O cavalo com o ferro Salgueiro de Mestre Luís m. da Veiga, fracturou uma mão numa corrida em Setembro no Campo Pequeno. O " El Viti" de António R. Telles fracturou uma mão numa corrida em Setembro na Nazaré.
Todos estes cavalos fizeram fracturas esquirolosas ao nivel da quartela. Pelo esforço podemos considerar alguns casos por se tratar de fases avançadas nas épocas, no entanto, há quem defenda a teoria de que essas fracturas podem ser motivadas pelo cansaço. No galope, os cavaos têm um momento de milésimas de segundo em que se apoiam só numa mão ou só num pé, se por cansaço esse momento é mais prolongado e é solicitada uma rápida mudança de direção ao cavalo, o animal roda todo o peso apoiado no casco que está fixo, advindo daí as fracturas esquirolosas.
Neste momento, o que mais queremos é que o cavalo de V. Ribeiro recupere, mas parece dificil, embora me lembre de três casos, o primeiro de um cavalo ferro Mercejana que fracturou uma mão quando era de Gustavo Zenkl e que acabou a tourear com Luís Rouxinol, em 2º lugar o caso do cavalo Diestro ( ferro Alfredo conde) que fracturou uma mão quando era do cavaleiro João Paulo e acabou a tourear com Francisco Zenkl, e ainda o cavalo Benfica ( ferro Sommer) que fracturou uma mão com Angel Peralta e acabou a tourear com J. Bonnier.