Vasco Bettencourt um SENHOR...
Cada vez há menos SENHORES na verdadeira acepção da palavra.~
Normalmente as grandes amizades têm muitos anos, assim como também é vulgar dizer-se que a partir dos cinquenta anos, já não se tem idade para fazer grandes amizades, ainda por cima se se tratar de duas pessoas dispares em termos de crença e ideologia politíca.
As excepções confirmam a regra, e por ser assim, eu só conheci o Vasco há nove anos, embora tivessemos coincidido anos atrás, várias vezes em casa de uma familía de amigos comuns, nunca trocámos uma conversa e hoje somos grandes amigos.
Quis o destino que os nossos filhos coincidissem no Grupo do Aposento da Moita, e foi aí que passámos a conviver, nascendo então uma profunda amizade.
Pela minha parte, reparei no Vasco numa profunda formação moral, numa educação irrepreensivel e numa seriedade invulgar em tudo o que vai das relações humanas, á aficcion séria, passando pelo respeito que enobrece cada qual que sabe e pratica o que isso significa.
A sua entrega ao AP. Moita onde são forcados os seus filhos, é a de um homem de paixões que não cega perante as mesmas, antes porém, sendo um critíco em privado ( como deve ser ) quando as coisas correm menos bem. A sua seriedade é tal, que quase sempre peço a sua opinião sempre que escrevo, porque sei que o que me diz vem recheado de bom senso e nada, nem a voz do sangue o influenciará.
Uma vez, o Ap Moita fardou-o numa corrida como homenagem ao homem, ao aficionado e ao amigo, nada mais justo.... E sei que como recordação dessa corrida, é uma subida honra para o meu filho António um dia poder dizer, eu fardei-me com o tio Vasco...
Os reparos da sua parte a um certo desbragamento de linguagem nos meus escritos, são comandadas pela elevação e pela amizade, e lamento muitas vezes desiludí-lo, mas ele nunca compreenderá que entre nós existe a enorme distância que vai do bom senso á loucura.
Se ser amigo do Vasco é fácil para quem fala a mesma lingua, muito mais forte se torna essa amizade quando sinceramente ele nutre pelos meus filhos um carinho especial. "Quem nossos filhos beija, nossa boca adoça"...
A expressão “saber estar” e comummente utilizada em diversos âmbitos e circunstâncias. Ao ser ouvida, ou lida, é, então, interpretada por cada um à luz das suas próprias circunstâncias.
O Meu amigo Vasco distingue-se por tudo, mas acima de tudo por saber estar. Alguns acham que “saber estar” é um comportamento inatingível e maçador, prerrogativa de uma minoria privilegiada pelo estatuto social ou pela fortuna. Outros, julgo eu mais sensatos, sabem que o “saber estar” é uma postura que deve ser assumida por cada um, não só na vida social.
Em meu entender, “saber estar” é uma atitude global que resulta, em primeira instância, do “saber ser” e que se poderá, de forma muito sintetizada, descrever-se da seguinte forma:
- Basear as relações interpessoais no respeito: pelo outro, pelas suas circunstâncias, pela sua forma de ser, pelo seu espaço, pelo seu tempo.
- Actuar de boa fé e de acordo com princípios éticos, sem preconceitos nem falsos moralismos.
- Aceitar a diferença.
- Evitar julgar, não difamar nem alimentar bisbilhotices.
- Agir sempre com base nos mais elementares princípios de boa educação e cortesia: saber saudar e cumprimentar, ser pontual, respeitar regras e normas de convivência.
- Cumprir com correcção o papel de convidado ou anfitrião, em ambiente social.
Pois meus senhores, o Vasco tem isto tudo e ainda uma SENHORA por companheira, por isso escrevo esta crónica como registo de uma enorme amizade...
"P'RA QUE A TERRA NÂO ESQUEÇA"...