Fui sou e serei amigo do Ernesto Manuel
Conheci-o quando era novilheiro mas foi quando se tornou bandarilheiro que nos tornámos amigos. Convidei-o para sair com vários toureiros que apoderei, e com ele fiz umas dezenas de milhares de kilometros por Portugal, Espanha e França, o que me permitiu conhecê-lo bem e solidificar uma boa amizade.
Da sua lealdade para com os toureiros com quem saíu, sou garante, bem como da nobreza no que diz respeito á amizade.
Falar hoje de toiros com o Ernesto, é viver a história das estórias vividas acima de tudo com António Ribeiro Telles e com mestre David na Torrinha, onde o Ernesto enquistou na realidade da formação duma gente de rara inspiração católica, nobreza de trato e valores socializantes.
A vida para o Ernesto nem sempre foi fácil, e no momento mais duro, reagiu com a raça e grandeza que a fé lhe emprestou.
Nunca esquecerei o carinho que este amigo dispensou aos meus filhos na minha quintarola em Benavente nos seus primeiros anos de vida.
Embora a sua vida de toureiro tenha sido na sua maior parte preenchida ao serviço de cavaleiros, nas conversas que tivemos notava-se uma leve frustração sem recalques do que gostava de ter sido e não foi.
Por vezes ligava-lhe e ligarei a saber como tinha corrido determinada corrida a que não pude assistir, e a sua opinião era coincidente com outras que também ouvi-a, descontando o IVA, e não mais que isso, no que dizia respeito aos seus toureiros.
O meu amigo Ernesto Manuel, passou pelo mundo do toiro com toda a dignidade, e é por isso que escrevi o que escrevi "P'RA QUE A TERRA NÂO ESQUEÇA"...