MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A história de CAGANCHO...

Eu conheci esse extraordinário cavalo que foi CAGANCHO, quando era poldro em casa do Sr. João Batista, pai da cavaleira Ana Batista



Havia nessa altura nessa cocheira três poldros com o ferro da casa, filhos do NILO. Dos três, o cagancho era o mais forte mas ao mesmo tempo o mais basto, os outros dois, um alazão e outro preto, ficaram na casa depois do meu amigo  Sr. João Batista ter oferecido o Cagancho ao Sr. Dr. António Raul Brito Paes e foram montados e arranjados por Mestre Humberto de Sousa Martins.
O alazão era aparatoso, mas porque tinha pouca força vendi-o para Barcelona para o Sr. Llargués, enquanto o preto de nome Carvão, foi evoluindo tendo a Ana Batista toureado algumas vezes nele, vendendo-o depois aos irmãos Travessas que por sua vez o venderam a João Moura que com ele toureou uma ou duas temporadas.

O Dr. Brito Paes pôs o Cagancho a tourear, e crismou-o com esse nome em homenagem a uma aluna a quem chamava Cagancha, e emprestava-o a um aluno de nome João Guerra que o sacava em público, e sinceamente nunca achei que tivesse habilidade embora tivesse força e fosse generoso.

Num espectáculo de variedades taurinas em Arruda, em que tourearam Rui hipólito, Maurizi, João Guerra, Lória Manuel e Ana Batista - encontrava-se o Cagancho com mau aspecto devido a feridas de verão - estava entre a assistencia Pablo H. de Mendonza que se interessou pelo cavalo e o comprou destinando-o á sorte de matar. Com ele matou durante bem algum tempo, mas um dia em Arroyo de la Luz, toureavam os irmãos Peraltas, António Ignácio Vargas e Pablo, um festival de preparação dos três primeiros para a Feira de Sevilha, Pablo sentiu dificuldades em matar com o cavalo porque este se tirava demasiado confidenciando-me que ía começar a sacá-lo de bandarilhas.
Passou-se o tempo, e vi o cavalo pelo menos três vezes em público de bandarilhas e sempre a evoluir bastante, até que na corrida (televisionada) de Rejoneio da Feira Del Pilar, o cavalo esteve enorme, pondo todos os aficionados pendentes dele.

A partir deste momento já todos conhecem a sua história, foi um cavalo extraordinário que teve a sorte de aparecer numa época em que não havia muitos cavalos bons...