Os amigos vêem-se nestas ocasiões. Sou amigo do Joaquim Manel desde o tempo em que este ainda era amador e acompanhei toda a sua carreira que muito admiro e respeito.
A sua vida foi bem dificil quando começou a romper no mundo do toiro, e só com muito trabalho e muita dedicação se conseguiu impôr. A sorte de bandarilhar a duas mãos foi vulgarizada por ele desde os seus principios, e ninguém a executou com tanta verdade como ele com o "Xeque Mate", com o VIP e recordo-me de quando se encerrou com 6 toiros em Setubal, tinha 5 cavalos com os quais bandarilhava a duas mãos.
No seu percurso nunca escolheu toiros, nem alternantes nem praças, toureou sempre tudo e em toda a parte sendo quase sempre lider do escalafon, e por isso grangeou uma popularidade incomensorável, no sul, no centro e no norte do País.
O seu toureio teve sempre como base o ritmo e o saber calibrar o desgaste do toiro, e estes dois atributos - entre vários outros - fizeram-no alcandorar-se a figura do toureio.
O azar bateu-lhe á porta, mas quem o conhece sabe que vai vencer, e que mais pronto do que se supõe, iremos voltar a vê-lo montado, faiscando de aficcion, esperando o assomar dum toiro á porta dos sustos, dando força a estas palavras de Gabriel Celaya : "Soy un torero, y si embiste la muerte, yo la toreo."
Força Joaquim Manel...
