Gabriela cravo e canela - É um romance lindíssimo de Jorge Amado, no qual se baseou a melhor e a primeira telenovela que passou em Portugal….
O dito romance é um retorno ao universo de coronéis, jagunços, prostitutas e trambiqueiros de calibre variado que desenhavam a sociedade duma região numa época passada.. de uma sociedade patriarcal, arcaica e autoritária, afetada pelos sopros de renovação cultural, política e econômica.
Deste enredo pouco há de semelhante entre a minha pessoa ao chegar ao "Mundillo" e a "Gabriela", além de não "atinar em nada" como reza a canção que se tornou genérico da telenovela.
Ao principio foi o deslumbramento por viver um mundo, que para mim era até ali imaginado.
Da minha vida de Forcado não falo porque não tem história, alem das amizades sólidas que criei e de alguma coisa que com humildade fui aprendendo com quem sabia.
Mais tarde, aproveitando o pouco que tinha aprendido de algumas pessoas que fui conhecendo (sem nunca ser metediço) aventurei-me nos apoderamentos, Aí cometi alguns erros, uns por ignorância, outros por ingenuidade e outros ainda, porque não dizê-lo, por atrevimento e convencimento.
Foi nessa fase da minha vida que mais aprendi do toureio a cavalo e da equitação, com os Mestres David Ribeiro Telles, Angel Peralta, Mestre Batista e Gustavo Zenkl, do toiro e do toureio com o Sr. F. Palha e L. Bacatum e da arte de pegar toiros com N. Salvaçao Barreto, Rui Barreiros, Simão Comenda, Manuel Faia e Miguel Palha.
Ao longo destes anos fiz incursões no toureio a cavalo, onde as minhas prestações foram sempre tao pobres que a maioria das vezes foram mesmo ridículas.
Eis que cheguei á escrita pela mão do falecido Chaubet e a anuência do M. Alvarenga. Por sugestão dum amigo comecei a escrever crónicas das corridas em que só falava dos cavalos um por um...
Mais tarde passei a escrever de tudo (como já tinha escrito doutras temáticas enquanto estudante) e até entrei em polemicas e nalgumas exagerei, estive sempre na linha da frente em defesa de ideais políticos e sociais sem tergiversaçoes...
Hoje com 72 anos sei que por vezes sou caustico, irreverente e por vezes até cínico, mas não minto, não digo o que não penso, não me tento insinuar, mas como pecadilho tenho o defeito de não conseguir disfarçar quando falo dos toureiros de quem gosto...
Termino com estratos do genérico da dita telenovela que me inspirou..
Eu nasci assim
Eu creci assim
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim
Eu sou sempre igual
Não desejo mal
Amo o natural
etc e tal
