Depois de falar de Paulo Caetano como homem e como artista global, debruço-me hoje sobre o toureiro e o equitador
Como toureiro é justo afirmar que nos seus desempenhos a emoção foi sempre uma constante. Ao longo dos anos, possuído pela humildade dos grandes, foi enriquecendo o conhecimento do toiro dos terrenos e das distancias.
Nas sortes que desenhou lembro-me de duas que nao vi a mais ninguém. Foi em Manzanares montado no meio da arena no "Machaquito" (ferro B. Freixo) que esperou o toiro, cravando um ferro a quiebro. Atençºao... um ferro a quiebro no meio da arena numa sorte de gaiola nao é o mesmo que a mesma sorte desenhada perto da porta dos curros.
Com o cavalo "Tuti Lupi" vi este executar uma, duas, três e duna vez até quatro batidas no piton contrário antes da reunião. Tourear bem com sortes que fazem parte dos compêndios é muito difícil, fazer o que ninguém fez é de génio...
Toureou nas principais arenas de Portugal, Espanha e França e em todas deixou a marca do seu toureio.
De cavalos, eu que o comecei a ver com o "Peregrino" (Ferro Barata e Nechas) vou agora citar uns tantos pelos ferros aqueles de que não me lembro dos nomes, que por serem tao diferentes na raça, no temperamento e na morfologia dão a dimensão da sensibilidade hipica de Paulo Caetano. Em Amador o "Alves" não tinha nada que ver com o "Veiga", nem este com o "Barahona" e nenhum destes se parecia ao "Amendoim". Mais tarde, como profissional, lembro-me do "Violino", dos "Trunfo", "Fungao", "Judá", "Tuti Lupi", "Bolero", "Sol", "Labirinto", "Ritmo", "Rex", "Estoque", "Nuryeve" e Vila Franca. Como podem ver quanto a raças, o hoje mestre foi do PSI , ao lusitano e aos luso-árabe e anglo - Luso.
Como equitador bebeu de várias fontes e eu vi, e em todas matou a sede de saber, quer com J. Parreira Cano, quer com o sr Visconde da Corte, com Gustavo Zenkl, com mestre Diogo Serrao, com Vitor Ribeiro e como seu tio Serra.
Depois deste percurso apaixonou-se pela dressage e em contacto com grandes cavaleiros Alemães descobriu que era possível a coabitação da sujeição do cavalo com a liberdade de iniciativa deste.
Por tudo o que disse e muito ficou por dizer, nomeadamente do seu papel, como criados de cavalos e toiros de lide, o Mestre Paulo Caetano ficará na história do toureio acavalo e da equitação..