Os Porcos e a Tauromaquia
Os porcos são originários do oriente donde vieram igualmente as pulgas e os piolhos trazidos pelos comerciantes e missionários cristãos, de Bombaim e da Costa do Malabar. Hoje em dia os porcos mais famosos são os Americanos, sendo exportados para quase todo o mundo até mesmo para países onde a carne de porco não é muito apreciada como o Iraque e o Afganistão.
Em Portugal a população porcina está reduzida aos que comem em pias de poder (não confundir com : “do poder”), sejam elas de que tipo forem mas sempre em circuito fechado, e os outros que comem á mão as sobras que lhe dão, que agradecem com grunhidos engraçados.
Os porcos são uns bichos giros, e digo isto sem olhar a cunhas e sem estar pegado com ninguém, achando mesmo o porco um animal apessoado mas não muito limpo, por isso tornou-se vulgar cada qual pôr-lhe os nomes de inimigos, tal como Salazar, Hitler, Bissaia, Pinto da Costa, Bruno Miguel, Catalão, Cunhal, Sócrates, Cavaco, Alegre, Associação, Xico…
Os porcos não dão a cara tendo tendência a esconderem-se, e é aí reside a minha embirração com estes animais.
Os porcos só dão a mão se lhe mostrarmos um cesto de milho, umas folhas de couve ou um punhado de ração, e nesse caso não se escondem nem fogem, seguem atrás de quem os beneficiou e grunhem…
Os seus grunhidos até têm graça, mas perdem-na pela substância pícara.
Com tudo isto, afirmo hoje e agora que mesmo assim gosto de porcos, que além de fazerem muita merda que serve para enriquecer as terras, deixam-se comer desde a unha á ponta do focinho; mas chamo a atenção para os tomates que podem surgir anunciados traiçoeiramente em restaurantes como “brincos de princesa” ou “sonhos de freira” , para iludir alguns, e porque não são tão negros como os pintam.
A natureza marcou-os com uma pila fina e de formato sacarolhas, ridícula, que terá porventura reflexos no feitio retorcido de alguns exemplares, próprio de complexados.
Os problemas dos porcos são o não dar a cara senão depois de mortos, e mesmo assim, não a dão inteira, aparece sempre retalhada em faceira, orelheira e beiça, havendo ainda a destacar a forma como mordem pela calada, distinguindo-se de outros animais que de cara a cara dão a sua dentada.
Um porco se fosse cómico, podia muito bem representar scetchs de lugares comuns e historietas antigas vistas e revistas.
Um porco se fosse empresário taurino, não compreenderia o verdadeiro papel da imprensa da especialidade, e tentaria de qualquer forma sabotar quem não dissesse Àmen ou influenciar em conformidade.
Um porco se dirigisse qualquer tipo de organização, associação ou afins, usaria por marretice por exemplo, o seu poder de forma indiscriminada sem olhar a interesses globais, em função da visão limitada pelas orelhas.
Termino afirmando que cientificamente, é difícil encontrar um animal que em diversos aspectos comportamentais e não só, mais se pareça com os homens… todavia mais com uns que com outros.
“Se queres conhecer o teu corpo, abre o teu porco”. Quanto mais não seja, basta atender a este refrão popular, para concluirmos que todos temos qualquer coisa de porco…
NOTA :
Neste texto, qualquer comparação com factos e pessoas é pura
coincidência…