Amigo Rogério- recordar é viver:
Há mais de 50 anos começou a formar-se um grupo completamente ad-hoc de aficionados que, alem de uma louca aficcion amavam as suas raízes e viviam a amizade como uma religião.
O núcleo duro desse grupo era constituído por ti, por mim, pelo Zuquete, pelo Lázaro, pelo M. J. Mauricio, pelo Zenkl, pelo J. Nunes, pelo Regalito, pelo Paco Camilo, pelo C. Marinho, pelo Chibanga, pelo Manecas Jorge, pelo Zé Luís Gomes, pelo nicolau Bryner, pelo Xinha e mais um ou outro... O patriarca era o Sr. Francisco de Sedevens Gato mais conhecido por "Chico Carreira" , dono dum restaurante no parque Mayer - que a todos crismou, a ti por PIPI, a mim por gago, ao zuquete por comprido, ao zenkl por loiro, ao Lazaro por fartazana, etc... Que tinha histórias nfindaveis.
Com o decorrer do tempo começou a aparecer uma geração mais nova, Ze M. Pires da Costa, M. J. de Oliveira, Carlos Leonardo, Luis Pombeiro, etc, que vivendo os mesmos ideais pegaram de estaca, Os dias passavam-se assim, almoçava-se no Ghico ou no Norte Ponte em Algés e as tardes começavam no Picolo ou no Passo no Rossio e terminavam invariavelmente no bar do Hotel Principe onde ouviamos histórias do passado contadas por bandarilheiros antigos (A. Batata, J. Claro, Julio Glória, A. Catoja, Ant. Augusto e por vexes o teu pai). As noites variavam entre fados, Stones e Jardim zoológico ( Hipopotamo, Pantera, Elefante, Cova da Onça...). Em tudo isto pontificavas, como na amizade, no bom humor, no sentido critico e na solidariedade, formando com estes predicados o material aglutinador de gente diferente.
Hoje por hoje, olho á minha volta e tristemente dos velhos, já só vejo o Tomix, o Manecas Jorge, o Zé luis e o M. J. Mauricio porque a erosão inexorável do tempo tem levado um a um...